Agaciel anuncia que deixará a liderança do governo na CLDF até agosto
Republicano é o quarto a ocupar o cargo. Antecessores deixaram a função por divergência e falta de comunicação com o Buriti
atualizado
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Com base reduzida na Câmara Legislativa (CLDF), o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), está próximo de perder seu líder no Legislativo. Há 1 ano e 4 meses no cargo, o deputado distrital Agaciel Maia (PR) anunciou ao Metrópoles que deixará a função até o dia 15 de agosto, quando passará a apoiar a candidatura ao Palácio do Buriti do companheiro de partido Jofran Frejat.
De acordo com Agaciel, o PR fará sua convenção regional a partir de 27 de julho, período no qual ele se desligará oficialmente da liderança do governo. Antes disso, a Casa já terá aprovado a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2019.Agaciel é o quarto articulador da gestão Rollemberg na CLDF. Nos outros três casos, o socialista teve problemas com seus líderes, que foram para a oposição ou mantiveram-se neutros a pedido do chefe do Executivo.
As articulações sobre sua ida para a liderança do governo Rollemberg foi tratada pela Presidência Nacional do PR. O compromisso era de que o distrital atuaria para aprovar projetos que beneficiasse o Distrito Federal e “não para benefício do governo em si”, disse o deputado.
“Eu sempre tive como prioridade ajudar a cidade, como nas matérias de ajuste fiscal, que tiraram o Distrito Federal dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), enquanto todos os estados ainda têm problemas”, declarou Agaciel.
O republicano garante que a candidatura de Jofran Frejat ao GDF nunca foi pauta entre ele e o governador Rodrigo Rollemberg – ambos dedicam-se apenas a assuntos relacionados aos projetos que chegam no Legislativo, segundo o distrital.
De líderes a oposicionistas
Antes de Agaciel, foram líderes do governo na Câmara Legislativa os distritais Raimundo Ribeiro (MDB), Julio Cesar (PRB) e Rodrigo Delmasso (PRB).
Julio Cesar saiu do posto para defender-se de acusações durante as investigações da Operação Drácon, mas ainda na função teve problemas, especialmente de comunicação, com Rollemberg.
“Eu tentei de todas as formas ajudar o governo com pautas positivas para os diversos segmentos, como o esporte. Não conseguimos e isso desgastou o relacionamento. Tudo era muito demorado. Vimos, com o tempo, que era só promessa”, criticou Julio Cesar. “O que conseguimos aprovar foi pela minha boa relação com os deputados e não pela articulação do governador”, acrescentou.
Líder que mais entrou em atrito com os colegas de Parlamento, por conta de matérias polêmicas, Rodrigo Delmasso foi desligado do cargo por telefone, depois de se posicionar contrário ao decreto anti-homofobia, assinado pelo governador. O distrital diz não ter ficado chateado, mesmo após a retaliação.
“O combinado não sai caro. Quando ele me chamou, sabia das minhas bandeiras; e eu deixei claro que iria contra, caso necessário. Acho que ele tomou a decisão correta ao não ter um líder de governo que fosse contrário às bandeiras dele”, afirmou Delmasso. Para ele, faltou diálogo sobre a questão, antes mesmo da assinatura do decreto. “Ele sabia que eu teria que me posicionar”, reforçou.
Ribeiro
Primeiro dos líderes do governo a assumir o posto, atualmente Raimundo Ribeiro é o mais duro oposicionista de Rollemberg. O emedebista deixou o cargo durante o impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT), por conta de posicionamentos do PSB.
Mais tarde, durante crise no sistema penitenciário do DF, Ribeiro acusou o chefe do Executivo de incompetência, criando entre eles uma rixa. Desde então, o deputado refere-se de uma única forma ao governador: “o senhor Rodrigo Sobral Rollemberg”.
O Metrópoles procurou a assessoria de Comunicação do GDF para comentar a saída de Agaciel Maia da liderança do governo na Câmara, mas, até a publicação desta matéria, a pasta não havia se pronunciado.