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Motorista que arrastou vendedora de balões no DF é condenado por roubo

Decisão é da 3ª Vara Criminal de Taguatinga. Willian Weslei e a amiga que estava com ele, Larissa Alves, pegaram cinco anos de reclusão

atualizado

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1 de 1 willian-wesley-lelis-vieira - Foto: Reprodução

O motorista que arrastou pelo asfalto, por mais de 100 metros, a vendedora de balões Marina Izidoro de Morais, de 63 anos, na saída de uma festa junina na Área Especial 1, em Taguatinga Sul, em 15 de junho de 2019, foi condenado à pena de 5 anos e 4 meses de reclusão, mais multa pelo crime de roubo, pela 3ª Vara Criminal de Taguatinga.

A amiga de Willian Weslei Lelis Vieira, 35, que estava com ele como passageira do veículo, Larissa Alves de Andrade, também acabou responsabilizada pelo crime.

O fato ocorreu por volta das 2oh de um sábado, na via pública em frente ao Colégio Marista, em Taguatinga. Os acusados, de dentro de um veículo Mercedes-Benz, arrebataram os balões que estavam presos ao braço da vítima e a arrastaram com o carro.

 

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A vítima somente foi deixada 100 metros depois, já com várias lesões corporais de diversos graus, inclusive de natureza grave, descritas nos laudos de exame de corpo de delito.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia em desfavor dos acusados pela prática do crime de latrocínio.

Willian ainda foi denunciado pelo crime de direção perigosa. No entanto, ao analisar os autos, o juiz desclassificou o crime de latrocínio para o delito de roubo e, em relação ao crime de direção perigosa, ficou provado que o acusado Willian não concorreu para a infração penal. Sendo assim, o réu foi absolvido.

Segundo o magistrado, “não se tem dúvida de que os acusados agiram com o intuito de subtraírem os balões que estavam sendo vendidos pela vítima. Contudo, a meu sentir, não há nos autos nada que indique que os mesmos réus tenham agido, em algum momento, com a intenção de tirar a vida da vítima. Pelo que se verifica dos autos, até o momento em que a acusada Larissa pegou os balões da vítima e o vidro do carro foi fechado os réus não sabiam que os balões estavam amarrados no braço da sra. Marina, a vítima, o que ficou constatado quando o veículo arrancou e a vítima foi arrastada, pendurada pelo braço, momento em que os populares e a própria vítima começaram a gritar para o veículo parar”.

Os réus devem cumprir a pena em regime inicial semiaberto e poderão recorrer da sentença em liberdade.

A defesa de Wilian e Larissa, representada pelo escritório Machado de Almeida Castro & Orzani Advogados, se pronunciou sobre a condenação deles por roubo: “A Justiça reconheceu, em parte, que os acusados jamais quiseram ferir a vítima. A inocência completa será provada nas instâncias cabíveis”.

Relembre o caso

A vítima relatou que trabalhava no local quando o motorista do Mercedes-Benz se aproximou dela e pediu três balões. Enquanto a vendedora separava os itens solicitados, a passageira, no banco do carona, pediu um desconto. Como Marina se recusou a vender o produto mais barato, a mulher puxou os balões da mão da idosa e fechou o vidro. Nesse momento, o condutor do carro arrancou em alta velocidade.

A oitiva do empresário, que se apresentou na 12ª DP (Taguatinga centro) três dias após o crime, durou cerca de duas horas. Ele confessou que estava dirigindo o veículo na noite do ocorrido. Willian disse ainda que resolveu fazer uma “brincadeira” e não percebeu que a mulher estava presa ao carro.

O caso gerou grande repercussão no Brasil. Inconformados com o episódio, vários leitores do Metrópoles buscaram informações sobre como ajudar Marina. Até mesmo uma vaquinha virtual foi criada para auxiliar a moradora de Taguatinga. As doações ultrapassaram R$ 34 mil.

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