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Moradores reclamam de derrubada de árvores na 103 Sul: “Poda desastrosa”

Para eles, falta equilíbrio no serviço realizado por equipes da Novacap na quadra residencial

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Árvore cortada em frente a prédio
1 de 1 Árvore cortada em frente a prédio - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Moradores do bloco D da 103 Sul reclamam de uma derrubada de árvores que estaria ocorrendo desde  sexta-feira (11/12) na quadra residencial. De acordo com eles, a retirada dos troncos por parte de equipes da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) tem provocado o aumento de claridade e calor nos apartamentos, justamente no mês em que se inicia o verão.

Residindo no prédio há dois anos, o servidor público Thiago Borges, 37 anos, conta que começou a usar com mais frequência o ar-condicionado após a retirada dos galhos que ficavam em frente à sua janela. “Algumas árvores eles arrancaram do chão mesmo. Derrubaram três árvores, deixando só o toco”, disse.

Para ele, falta equilíbrio na poda por parte da Novacap. “Agora, o prédio está exposto, eu vejo tudo que meus vizinhos fazem e eles me veem. Fui conversar com os vizinhos e todos concordaram que deveria tirar o mínimo possível”, afirmou.

“Quem mora para o lado poente está sentindo bastante. Eu estou gastando energia com ar-condicionado, há pessoas em home office, que passam muito tempo no apartamento. A sensação que dá é que não estão podando, estão retirando mesmo”, enfatiza.

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Síndico dos blocos D e F, Frederico Wolney Garcia, 34, relata que acionou a Novacap ainda em 2019, para que uma equipe fosse realizar a poda das árvores. Contudo, não teve resposta à época.

“Muitos moradores reclamavam que estava entrando galho dentro do apartamento, que estava prejudicando. E, como nós mesmos não podemos podar, eu entrei em contato com a Novacap. Mas isso já tem mais de um ano e só vieram agora”, narra. “E o que eu tenho percebido é uma reclamação nesse sentido, que a Novacap fez uma poda muito radical”, completa o síndico do condomínio.

Impacto emocional

Uma vez que a quadra é antiga em Brasília, a aposentada Rita Venturim, 63 anos, conta que a remoção também teve um maior impacto para antigos residentes. Ela foi morar no prédio em 1979 e, até hoje, sua mãe vive no local.

“Eu casei, saí de casa, mas minha mãe continuou e nós sempre a visitamos, porque ela já tem 98 anos. E tinha uma castanheira que estava lá desde a minha adolescência. A minha mãe acordava e falava: ‘Bom dia, minha castanheira'”, narrou. “Quando cortaram a árvore, eu chorei”, completou Rita.

Para ela, a poda foi “desastrosa”. “A castanheira pegava da janela do quarto a minha mãe até a sala, de tão frondosa e bonita. Agora, não tem mais nada e está um calor insuportável. Ainda de manhã cedo o sol vai direto no apartamento”, lamentou.

O que diz a Novacap

Em nota, a Novacap afirmou que, através do Departamento de Parques e Jardins, está realizando operações preventivas em todas as regiões administrativas de todo Distrito Federal, retirando árvores “cujo risco de queda foi constatado através de avaliação técnica do corpo técnico da empresa”.

“No caso específico das árvores retiradas na SQS 103, Espatódeas e um Pinheiro, elas estão com inclinação para o estacionamento e localizadas próximas a edificações e locais de grande circulação de pessoas. Ambas são espécies que oferecem riscos de queda devido à localização que se encontram, além da altura de porte com perfurações de broca e queda consecutiva de galhos secos”, detalhou.

Ainda conforme a companhia, as demais podas “foram necessárias para liberação da fachada do bloco”. “Dessa forma, a Novacap destaca que está cumprindo suas atribuições relativas ao manejo do patrimônio arbóreo e, consequentemente, à proteção da população”, finalizou.

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