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MPDFT investiga preso que gravou vídeo sobre coronavírus no CPP

Órgão irá oferecer denúncia contra o presidiário que criticou a decisão da Justiça de suspender as saídas temporárias em trabalho externo

atualizado

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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu investigação, nesta terça-feira (31/03), para apurar a autoria de vídeo gravado por um detento dentro do Centro de Progressão Penitenciária (CPP).

Na gravação, o preso denuncia condições precárias no local e afirma temer o coronavírus. Segundo o MPDFT, o uso de aparelho celular no sistema prisional configura “falta grave” e pode gerar regressão de pena do preso autor do vídeo ao regime fechado.

A utilização do aparelho telefônico é crime previsto no Código Penal. O órgão afirma que irá oferecer denúncia contra o autor das gravações, assim que o presidiário for identificado.

Vídeo

O material foi gravado na semana passada com um celular, o que é proibido, dentro de um espaço com dezenas de presos amontoados. Um deles se apresenta como porta-voz e lê uma mensagem em “nome do coletivo”. O interlocutor explica que todos estão de acordo e que se trata de uma “ideia pacífica”.

No texto, direcionado às autoridades e familiares, o interno ressalta que todos ali são trabalhadores do semiaberto, que foi transformado em fechado.

“Convivemos com mais de 500 (internos) em cada ala. Entre eles, presos com febre e tosse. Oprimidos por uma situação, que é desumana. Escorpião, lixo e excesso de pessoas. Pedimos aos senhores, que podem fazer a diferença, uma oportunidade de mudar a situação. Somos trabalhadores e possuímos endereços que podem ser localizados e fiscalizados. Pedimos que nos permitam enfrentar a situação junto com as nossas famílias”, diz o homem.

“É um risco de vida. Estamos todos juntos e, se um pegar corona, todos serão contaminados. Pedimos em nome da nossa saúde, de forma pacífica, para que compreenda o desespero que estamos enfrentando. Será que as autoridades vão esperar contaminar um para fazer alguma coisa? Pedimos que ouçam a nossa voz. Estamos encapuzados para não receber represália do sistema prisional”, concluiu.

Na manhã dessa segunda-feira (30/03), os agentes fizeram uma operação no CPP com o objetivo de localizar o celular usado pelos internos. Um grande efetivo policial foi mobilizado no local.

Sesipe responde

Quanto ao vídeo, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), vinculada à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), informou que tem tomado medidas necessárias para resguardar os agentes e sentenciados.

“Idosos foram alocados em ala específica, considerados pelos órgãos oficiais de saúde como mais vulneráveis. Nesta semana, a reforma do bloco 3 do CPP foi intensificada. Assim que for finalizada, serão disponibilizadas mais 650 vagas”, completou a nota.

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