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Máfia dos Concursos: MP denuncia oito e cobra indenização de R$ 2,7 mi

Entre os denunciados, está Ricardo Nascimento, ex-funcionário do antigo Cespe. Ele foi preso durante a segunda etapa da Operação Panoptes

atualizado

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RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Ricardo máfia dos concursos
1 de 1 Ricardo máfia dos concursos - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou denúncia contra mais oito pessoas acusadas de integrar a Máfia dos Concursos. A Promotoria de Justiça de Águas Claras pede a condenação dos suspeitos pelos crimes de organização criminosa e utilização e divulgação indevida de conteúdo sigiloso relacionado a certames. Além disso, cobra ressarcimento de R$ 2,7 milhões dos envolvidos pelos prejuízos decorrentes dos crimes praticados.

Os oito suspeitos denunciados nesta terça-feira (21/11) são: Alda Maria de Oliveira Gomes, André Luis dos Santos Pereira, Antônio Alves Filho, Edney de Oliveira Santos, Milson Iran da Silva, Natal José de Lima, Ricardo Silva do Nascimento e Weverson Vinícius da Silva. Todos foram presos durante a deflagração da segunda fase da Operação Panoptes, realizada pela Polícia Civil em outubro.

As investigações tiveram início após denúncia de venda de vagas no concurso do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. De acordo com as apurações, existia uma organização criminosa ramificada, destinada a fraudar concursos públicos e vestibulares de medicina, bem como falsificar diplomas e certificados de pós-graduação.

Um dos denunciados, Ricardo da Silva do Nascimento (foto em destaque), era funcionário da banca examinadora Cespe – atual Cebraspe. Segundo o Ministério Público, ele retirava da sala cofre as folhas de respostas dos candidatos beneficiários da fraude, para posterior preenchimento. De acordo com a denúncia, os outros integrantes do grupo ficavam responsáveis por captar clientes, negociar e vender as vagas.

Para o MPDFT, o ressarcimento de R$ 2,7 milhões é essencial, por conta das lesões causadas pela organização à fé pública, à administração pública e, ainda, à confiabilidade das instituições responsáveis pelos concursos, bem como a perda de bens ilícitos eventualmente apreendidos, em favor da União.

Operação Panoptes
Em setembro, outras quatro pessoas já haviam sido denunciadas pelo Ministério Público por participação na Máfia dos Concursos, após a primeira fase da Operação Panoptes. Hélio Ortiz, Bruno Ortiz, Johann Gutemberg e Rafael Rodrigues hoje são réus em processo na Vara Criminal de Águas Claras.

As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal apontam que as fraudes ocorrem há pelo menos cinco anos e eram realizadas, geralmente, de quatro formas. Uma delas era a utilização de ponto eletrônico pelos candidatos, que recebiam as respostas por membros da organização criminosa responsáveis por fazer a prova e sair do local com as soluções. Outra manobra era a utilização de celular escondido no banheiro, com transmissão das respostas.

Segundo as apurações, também foi verificado o envolvimento de bancas organizadoras, que recebiam as folhas de respostas quase em branco e faziam o preenchimento de acordo com o gabarito oficial. Em outra modalidade, integrantes da quadrilha faziam a prova no lugar dos inscritos, com o uso de documentos falsificados.

Como contrapartida, os candidatos beneficiários das fraudes pagavam valores equivalentes a 20 vezes as remunerações dos cargos comprados junto à organização criminosa.

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