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PCDF deflagra nova operação para combater máfia dos concursos

Entre os presos na capital do país, está o ex-funcionário do Cebraspe, antigo Cespe, Ricardo Silva do Nascimento

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Ricardo – Cespe – PCDF
1 de 1 Ricardo – Cespe – PCDF - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), da Polícia Civil do DF (PCDF), deflagrou a segunda fase da Operação Panoptes para desarticular um grupo criminoso que fraudava concursos públicos no Distrito Federal e em Goiás. A ação desta segunda-feira (30/10) cumpre cinco mandados de prisão preventiva, três de detenção temporária, oito de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão. O grupo, segundo os investigadores, pretendia fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por meio de ponto eletrônico.

Como a primeira prova do exame ocorre no próximo domingo (5/11), a operação foi deflagrada nesta segunda. A Deco trabalha em conjunto com a Polícia Civil de Goiás, que também apura irregularidades no concurso público para delegado da corporação. Dois suspeitos são alvo em comum em ambas as investigações.

O ex-funcionário do Cespe (atual Cebraspe) Ricardo Silva do Nascimento foi preso preventivamente. De acordo com as apurações, ele preenchia os gabaritos dentro da instituição vinculada à Universidade de Brasília (UnB).

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O ex-coordenador da Polícia Legislativa da CLDF Mário Gomes da Nóbrega foi alvo de condução coercitiva. O delegado aposentado prestou depoimento ainda nesta manhã. Um outro envolvido é André Luís dos Santos Pereira, preso na capital goiana.

Ele foi investigado em outra operação da Polícia Civil, a Patrick. Teria comprado uma vaga em um concurso, passou a trabalhar com o líder da máfia dos concursos, Helio Ortiz, e, em seguida, migrou para outra quadrilha, aplicando o golpe de uma falsa moeda digital, a Kriptacoin.

Veja como foi a operação da Deco nesta segunda:

Primeira fase
A primeira fase da operação foi deflagrada em 21 de agosto deste ano. Na ocasião, foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra Helio Garcia Ortiz, o filho dele, Bruno de Castro Garcia Ortiz, Johann Gutemberg dos Santos e Rafael Rodrigues da Silva Matias.

Segundo o delegado, Helio era o chefe da organização criminosa. Bruno agia de forma operacional; Rafael era seu braço direito; e Johann facilitava o esquema fornecendo graduação e pós a quem precisasse e pagasse bem.

Helio Ortiz já é conhecido pela polícia, pois foi preso há 11 anos acusado de liderar a máfia dos concursos. Ele foi detido na casa em que mora no Guará. Os mandados foram expedidos pela Vara Criminal de Águas Claras.

Imagens da primeira fase da operação:

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Johann Gutemberg é dono do Instituto Nacional de Ensino Especial, faculdade que funciona em Taguatinga. A suspeita é de que a instituição providenciava diplomas de curso superior para os candidatos que não cumpriam a exigência do concurso.

As investigações começaram após denúncias de fraude no concurso do Corpo de Bombeiros. Outros 15 mandados de condução coercitiva para depoimentos e sete de busca e apreensão em endereços de investigados foram expedidos. Entre as pessoas levadas a depor, estariam candidatos que pagaram os fraudadores para conseguir uma vaga.

A operação, batizada de Panoptes (referência ao monstro da mitologia que tinha 100 olhos), identificou pelo menos três modus operandi da quadrilha. O grupo agia com a utilização de pontos eletrônicos, uso de identidades falsas para que outras pessoas fizessem a prova no lugar dos inscritos, além do uso de celulares.

Em 2009, o ex-técnico judiciário do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), Helio Garcia Ortiz foi indiciado pela Polícia Federal por falsificação de documento público, estelionato, falsidade ideológica e uso de documento falso. Foi acusado de liderar a máfia dos concursos e cometer uma série de crimes em processos seletivos públicos no Distrito Federal.

Em maio de 2006, Helio Ortiz foi alvo da Operação Galileu, deflagrada pela Polícia Civil do DF, após suspeita de fraude do concurso da própria corporação, realizado em 2004. Na época, ele foi acusado de burlar 12 concursos.

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