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Irmã sobre carta escrita por ex de Janaína: “Falsidade deste monstro”

Família reage indignada aos argumentos de Stefanno, de que matou por ciúmes. “Minha irmã sofreu demais e agora está em paz”, diz Cleire

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
assassino de funcionária do ministério dos direitos humanos Janaína – Stefanno Jesus
1 de 1 assassino de funcionária do ministério dos direitos humanos Janaína – Stefanno Jesus - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A família de Janaína Romão Lúcio, 30 anos, recebeu com alívio e indignação a notícia da prisão do assassino confesso da funcionária do Ministério dos Direitos Humanos. Após denúncia anônima, a polícia encontrou Stefanno Jesus Souza de Amorim, 21, no Recanto das Emas. Ao ser detido, o rapaz entregou aos investigadores uma carta com 10 páginas, em que ele se diz arrependido.

A família não se conforma com os argumentos, comuns aos feminicidas, que sempre se colocam na posição de vítima e tentam criminalizar as mulheres. “Pura falsidade o que esse monstro diz. Minha irmã não está aqui para se defender mais, mas nós estamos e não vamos deixar que ele destrua a memória dela”, disse a auxiliar administrativa Cleire Romão Lúcio, 29 anos.

Após tirar a vida de Janaína na frente das próprias filhas, a facadas, sem dar a ela chance de defesa, Stefanno pediu perdão à família da vítima na carta, escrita com caneta vermelha. “Sei que vocês [os pais] me entregaram ela de coração e eu acabei devolvendo ela dessa forma. Agora, Deus vai ajudar vocês a lidar com isso”, escreveu. E, como se não tivesse cometido uma barbárie, afirma que, quando sair da prisão, vai tentar a guarda das duas meninas.

Stefanno alega ter assassinado a ex-mulher por ciúmes. Mas, de acordo com Cleire, quem traiu Janaína foi o rapaz. Segundo ela conta, antes de matar a irmã, o assassino confesso telefonou para a mãe dela, dizendo que tinha envolvimento com uma pessoa e gostaria de formar outra família. Mas não dava espaço para a funcionária do Ministério dos Direitos Humanos refazer a vida, de acordo com a auxiliar administrativa.

Na véspera do crime, na última sexta-feira (13/7), um carro que parece ser do tio de Stefanno foi visto na parada de ônibus onde Janaína havia descido por volta das 23h, com as duas crianças no colo. Ela voltava feliz da festa junina promovida pela empresa onde trabalhava. Em casa, mostrou vídeos das meninas, de 4 e 2 anos, distraindo-se. Um dia depois, foi atraída para a morte. Cleire acredita que o ex-cunhado estava no veículo branco, rondando a vítima.

Stefanno – que já cumpriu pena por outro homicídio – foi encontrado na casa de uma irmã, no Recanto das Emas, na tarde dessa terça-feira (17). No momento da abordagem, carregava consigo a carta (leia abaixo).

O rapaz foi preso três dias após o crime, ocorrido no sábado (14), em Santa Maria. À polícia, ele negou ter ameaçado as próprias filhas, conforme denunciaram os familiares da vítima. De acordo com o delegado Alberto Rodrigues, titular da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) e responsável pela investigação, o acusado não resistiu à prisão.

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Morte anunciada

A morte de Janaína é o quarto homicídio praticado pelo acusado, conforme informou o delegado do caso. Segundo Rodrigues, o assassino tinha dificuldade em estabelecer endereço fixo, devido à quantidade de inimigos feitos no mundo do crime. “As amigas de Janaína, inclusive, eram mulheres de pessoas que queriam matar Stefanno”, declarou o policial.

Janaína era vítima de agressões constantes e denunciou o ex-marido à polícia pelo menos duas vezes, em 2014 e 2017. A Justiça decidiu favoravelmente à concessão de medida protetiva à mulher, mas o processo acabou arquivado, pois ela teria retirado a queixa.

“Minha irmã sofreu demais e agora está em paz. Ele também batia nas meninas”, disse Cleire. Pequenininhas, elas presenciaram a mãe ser morta a facadas. No dia do crime, a mais velha, de 4 anos, perguntou ao tio de Stefanno o que era o sangue na roupa da vítima, a qual gritava por socorro. Já a mais nova, de 2, ainda acha que Janaína vai voltar para casa. “Hoje mesmo ela pediu para guardar um pedaço de bolo para a mamãe”, contou a irmã.

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