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“Fiz o que tinha de fazer”, diz assassino confesso de Janaína Romão

Ao ser preso, Stefanno Jesus Souza Amorim admitiu agressões e o assassinato da ex-mulher, mas negou ameaças às filhas do casal

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Assassino confesso de Janaína Romão, Stefanno Jesus Souza Amorim, é preso pela 33 DP de Santa Maria – Brasília(DF), 17/07/2018
1 de 1 Assassino confesso de Janaína Romão, Stefanno Jesus Souza Amorim, é preso pela 33 DP de Santa Maria – Brasília(DF), 17/07/2018 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Diligências realizadas após denúncia anônima ao serviço 197 da Polícia Civil do Distrito Federal levaram os investigadores ao paradeiro exato de Stefanno Jesus Souza de Amorim, acusado de assassinar a ex-mulher, a funcionária terceirizada do Ministério dos Direitos Humanos Janaína Romão Lúcio. O homem foi encontrado na casa de uma irmã, na Quadra 510 do Recanto das Emas, na tarde desta terça-feira (17/7).

Na delegacia, Stefanno confessou ter matado a ex-mulher: “Fiz o que tinha de fazer”. O homem esfaqueou Janaína cinco vezes. Ela foi atingida no peito e nas costas, e recebeu socorro, mas não resistiu aos ferimentos. O crime ocorreu nesse sábado (14), em Santa Maria. À polícia, porém, ele negou ter ameaçado as próprias filhas, de 2 e 4 anos de idade, conforme denunciaram os familiares da vítima.

De acordo com o delegado Alberto Rodrigues, titular da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) e responsável pela investigação, o acusado não resistiu à prisão. No momento da abordagem, carregava consigo uma carta de seis páginas escrita à mão, na qual explica o histórico de seu relacionamento com Janaína, na perspectiva dele.

Segundo Stefanno, a vítima dificultava o acesso dele às filhas, e o casamento nunca chegou a ser desfeito em definitivo. “A gente brigava de vez em quando, mas nunca terminamos”, contou nesta tarde à imprensa.

Morte anunciada
A morte de Janaína é o quarto homicídio praticado pelo acusado, conforme informou o delegado do caso. Segundo Rodrigues, o assassino tinha dificuldade em estabelecer endereço fixo, devido à quantidade de inimigos feitos no mundo do crime. “As amigas de Janaína, inclusive, eram mulheres de pessoas que queriam matar Stefanno”, declarou o policial.

Janaína era vítima de agressões e denunciou o ex-marido à polícia pelo menos duas vezes, em 2014 e 2017. A Justiça decidiu favoravelmente à concessão de medida protetiva à mulher, mas o processo acabou arquivado, pois ela teria retirado a queixa.

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Em seu depoimento à polícia, Stefanno disse ter traído a então companheira recentemente. Ao saber do caso extraconjugal, na versão do homicida, Janaína também teria cometido uma traição.

“Ele chegou a persegui-la numa festa junina do trabalho dela. Janaína teria dito que não o queria ali e voltaria à noite [para casa]”, detalhou o delegado. “Ele, então, passou a monitorar sua chegada, mas acabou descobrindo que ela não tinha dormido em casa. Janaína estaria voltando a se relacionar com o primeiro marido, o que teria provocado ciúmes”, disse o delegado Rodrigues.

Esse teria sido o estopim para a briga entre o casal que resultou no esfaqueamento de Janaína por Stefanno, no último sábado (14/7). Desde o crime, ele permaneceu foragido, mas entrou em contato com os parentes da ex-mulher, exigindo que eles lhe entregassem as filhas.

O policiamento durante o enterro da servidora do Ministério dos Direitos Humanos chegou a ser reforçado, pois a família temia que Stefanno aparecesse no local. Com a prisão decretada pela Justiça, a polícia estava no encalço do acusado, o qual responderá por feminicídio.

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