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Piloto do Metrô-DF mata a mulher e se suicida na frente do filho

Segundo vizinhos, vítima tentou escapar, pediu socorro, mas Júlio César dos Santos fez os disparos contra a esposa e depois se matou

atualizado

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Igo Estrela/Especial para o Metrópoles
Cena do crime em Ceilândia
1 de 1 Cena do crime em Ceilândia - Foto: Igo Estrela/Especial para o Metrópoles

Uma mulher foi assassinada a tiros pelo marido por volta das 15h desta sexta-feira (16/3). O crime ocorreu na residência do casal, na QNN 4, em Ceilândia Sul. Durante uma áspera discussão, o piloto do Metrô-DF Júlio César dos Santos, 38 anos, pegou um revólver calibre .38, tirou a vida da esposa e depois se matou. Tudo na frente de um dos filhos, de apenas 2 anos.

Segundo uma testemunha-chave ouvida pelo Metrópoles, o menino estava no colo do pai, que tentava forçar a porta durante a briga com a mulher, Mary Stella Maris Gomes Rodrigues dos Santos, 32. Logo depois, a vítima saiu gritando “socorro, socorro” e correu para o portão. Antes que os vizinhos chamassem a polícia, Júlio César fez os disparos.

Ao ver os corpos dos pais, a reação da criança impressionou a testemunha. “Ele não queria que ninguém chegasse perto deles. Só dizia ‘papai e mamãe’. Depois que o levamos para dentro da minha casa, não quis mais sair”, disse. O casal deixa outro filho, mais velho, o qual estava na escola na tarde desta sexta.

A assessoria da Companhia do Metropolitano confirmou que Júlio César era piloto de trens do sistema. Ingressou na empresa no dia 1º de junho de 2010. Portanto, completaria oito anos no Metrô-DF daqui a três meses.

De acordo com pessoas próximas, Júlio César já vinha se desentendendo com a mulher. As brigas entres eles eram constantes, dizem os vizinhos. “Já ouvimos quebra-quebra, a voz alterada dela. Chegavam às vias de fato mesmo”, de acordo um deles.

Na tarde desta sexta, o piloto vestiu o uniforme e se preparava para entrar no serviço, às 16h30, quando começou mais uma discussão na casa. Marido e mulher entraram em luta corporal, segundo testemunhas. Mary pediu ajuda aos vizinhos e disse que o homem estava armado.

Ao tentar abrir o portão da casa, foi puxada pelos cabelos por Júlio César. Nesse momento, o funcionário do Metrô atirou com o revólver de sua propriedade, que seria registrado. Os corpos estão lado a lado, na frente da casa.

Eles brigavam muito, mas não era uma discussão normal. Sempre tinha muito xingamento, objetos atirados um contra o outro

Vizinho do casal em Ceilândia

As discussões, ainda de acordo com os vizinhos, ocorriam sempre porque Júlio César “bebia demais”. “Ele saía para os bares e voltava bêbado, e ela não aceitava. Daí sempre começavam a brigar”, ressaltou uma das pessoas que conviviam com o casal.

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Conforme um amigo de Júlio César contou, as brigas do casal se intensificaram há cerca de três meses, quando a mulher descobriu que ele tinha vários casos extraconjugais. “Ontem [quinta], bebemos cerveja juntos e ele disse que estava pensando em fazer uma besteira, mas eu imaginei que a besteira era apenas pedir o divórcio. Jamais imaginei que ele quisesse cometer uma barbaridade dessas”, disse.

Este é o segundo caso de feminicídio no Distrito Federal em 10 dias. No dia 6 de março, o vigilante Elson Martins da Silva, 39 anos, matou a tiros a esposa, a servidora pública Romilda Souza, 40. A execução ocorreu no apartamento da família, na 406 Sul. Os dois filhos do casal estavam na sala no momento em que o pai assassinou a mãe.

Quando os bombeiros chegaram ao local, a mulher já havia morrido, mas o homem ainda respirava. Os militares tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu. Conforme informações da Polícia Militar, a arma foi apreendida no local. Ao todo, foram ouvidos cinco disparos.

Os dois filhos, de 3 e 4 anos, estavam na casa. Romilda era funcionária do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Elson, ex-vigilante, trabalhava na lotérica que tinha com a esposa, no Paranoá.

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