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Comoção e revolta marcam enterro de mulher assassinada na 406 Sul

Amigos de Romilda Sousa, 40 anos, despediram-se dela e clamaram pelo fim da violência contra a mulher

atualizado

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Igo Estrela/Especial para o Metrópoles
enterro romilda sousa 406 sul
1 de 1 enterro romilda sousa 406 sul - Foto: Igo Estrela/Especial para o Metrópoles

À véspera do Dia Internacional da Mulher, familiares, amigos e colegas de Romilda Sousa, 40 anos, deram o último adeus a ela, nesta quarta-feira (7/3). Clima de comoção e revolta tomou conta do Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, onde pessoas próximas à vítima lamentaram a violência que culminou na morte dela.

Romilda foi assassinada a tiros na noite de terça (6) pelo marido, Elson Martins da Silva, 39, que tirou a própria vida na sequência. A tragédia ocorreu no Bloco C da 406 Sul.

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“Nos conhecemos há mais de 20 anos, quando ela veio do Maranhão para estudar na UnB. A Romilda sempre foi uma mulher guerreira, batalhadora”, relembrou Dilmar Pereira, amigo da vítima. Ele demonstrou revolta e preocupação pelos filhos dela, de 3 e 4 anos. “Ele [Elson] não tinha motivo para tirar a vida da Romilda. Agora, a família está desesperada. Não sabe o que vai fazer com as crianças, são muito novas. Tive o prazer de conhecê-las”, acrescentou.

Por fim, Dilmar lamentou a tragédia. “É pelo menos o segundo crime violento contra mulheres na semana do dia internacional delas. Houve outro no Guará. Espero que os casos chamem atenção para essa violência”, disse.

Uma amiga de Romilda, Cristina Ramos, afirmou que a vítima era “luz, uma mulher que amava ajudar os outros”. “Meu coração está dilacerado”, afirmou. Romilda era funcionária do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) há cerca de 15 anos. Ela e o marido tinham uma casa lotérica no Paranoá.

Tragédia
A Polícia Civil já identificou de quem é a arma utilizada por Elson, um revólver calibre .38. Segundo o delegado-chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), João de Ataliba Neto, o nome do dono do armamento não foi divulgado para não atrapalhar as investigações.

A motivação do assassinato também não está esclarecida. Até o momento, a Polícia Civil do Distrito Federal conta apenas com a informação de que o casal estava se separando. Testemunhas seriam ouvidas ainda nesta quarta (7) para ajudar a elucidar o caso, que está sendo investigado como feminicídio seguido de suicídio.

De acordo com o delegado Ataliba, não existe histórico de violência doméstica entre o casal, e o homem não tinha passagens policiais. “Pretendemos apurar como a arma de fogo chegou até o autor e qual foi a motivação para os atos praticados. Aguardamos a conclusão dos laudos periciais de local e de confronto balístico, além da elaboração dos laudos de necropsia. Acreditamos que a investigação será encerrada no prazo legal, de 30 dias”, destacou.

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O crime
Quando os bombeiros chegaram ao local, no terceiro andar do Bloco C, a mulher já havia morrido, mas o homem ainda respirava. Os militares tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu. De acordo com informações da Polícia Militar, a arma foi apreendida no local. Os dois filhos, de 3 e 4 anos, estavam na casa.

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