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Fim de programa federal deixa unidades de saúde do DF sem médicos

Problema afeta diretamente atenção primária em algumas cidades, como Ceilândia, Pôr do Sol, Sol Nascente, Gama, Planaltina e São Sebastião

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Médica do Mais Médicos atendendo paciente - Metrópoles
1 de 1 Médica do Mais Médicos atendendo paciente - Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O descompasso na troca do antigo programa Mais Médicos pelo novo Médicos pelo Brasil deixará pacientes sem os cuidados de 73 clínicos de família em áreas de vulnerabilidade social do Distrito Federal. Segundo profissionais de saúde, o problema atinge Ceilândia, Pôr do Sol, Sol Nascente, Gama, Planaltina e São Sebastião.

De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, o Mais Médicos disponibilizou 134 vagas. Desse total, 58 estavam em atividade até quarta-feira (15/6). No fim de junho, seis deixarão o programa. A pasta afirmou que o Médicos pelo Brasil ofertou 137, mas apenas nove são de provimento imediato. Ou seja, a rede ficará sem 73 clínicos do quadro anterior.

A Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Gama contava com três profissionais da antiga plataforma. Com o fim dos contratos, todos foram embora. Sem substitutos, a UBS 1 agora opera somente com um clínico do DF. Sobrecarregado, o médico é o responsável por cinco equipes da atenção primária e 30 mil moradores da região.

Dramas semelhantes são diagnosticados nas demais unidades do Gama e de outras regiões administrativas. Na avaliação de servidores ouvidos pela reportagem, a falha na transição de políticas agravou o problema do déficit de especialistas da rede pública, a exemplo da falta de pediatras. Além disso, fragilizou o tratamento.

No DF, os integrantes do Mais Médicos eram escalados para reforçar equipes da atenção primária, com foco em doenças de baixa complexidade e serviços de prevenção e educação. Teoricamente, os quadros deveriam ser repostos com especialistas do novo programa Médicos pelo Brasil.

Déficit de 90 profissionais

O deputado distrital Jorge Vianna (PSD) salientou que a rede sofre com o déficit de aproximadamente 90 clínicos de família. “O momento é de emergência. Ainda estamos em uma pandemia e temos outras complicações, como a dengue. Além da atenção primária, os postos e as UBS estão atendendo pacientes verdes e azuis dos hospitais. E quando chegam a essas unidades, não estão encontrando médicos”, disse.

Para Vianna, o Governo do Distrito Federal deveria buscar contratações temporárias, inclusive chamando os antigos profissionais do Mais Médicos em caráter emergencial.

O governo federal decidiu substituir o Mais Médicos pelo Médicos pelo Brasil. Mas, segundo o vice-presidente do Sindicato do Médicos do DF (SindMédico-DF), Carlos Fernando da Silva, a transição dos programas foi mal elaborada e não houve cuidado na definição de prazos a fim de evitar a desassistência à população.

Além disso, no caso do DF, o problema teria origem em 2019, quando a pasta da Saúde teria permitido a redução da mão de obra do Mais Médicos. “Brasília foi considerada uma área não crítica. Mas ela é crítica, sem sombra de dúvida. Hoje, a rede tem apenas 5,2 mil médicos. E o déficit é de mais de 7 mil para cobrir as escalas”, alertou.

O que diz a Secretaria de Saúde do DF

A Secretaria de Saúde afirmou que o Ministério da Saúde é responsável pela definição de vagas e periodicidade dos editais de chamamento do antigo Mais Médicos e do novo Médicos pelo Brasil.

“Cada contrato tem início com a assinatura por parte do médico que adere ao Programa, e o ciclo é renovado de acordo com definição do órgão federal, que avalia a disponibilidade de orçamento e outros fatores”, explicou.

A pasta ainda ressaltou ter lançado, recentemente, edital de concurso para provimento de cargos efetivos em diversas especialidades. Além disso, convocou temporários para suprir o déficit de recursos humanos.

O que diz o Ministério da Saúde

O Metrópoles também entrou em contato com o Ministério da Saúde, que deu a previsão de preenchimento de 137 vagas do Médicos pelo Brasil para o DF. A convocação desses profissionais classificados, segundo a pasta federal, está prevista para os próximos seis meses.

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