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Estupro coletivo: PCGO conclui inquérito e não indicia novos suspeitos

Ministério Público vai decidir se denuncia acusados à Justiça ou se pede mais investigações

atualizado

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Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Porta de madeira com símbolo da Polícia Civil de Goiás
1 de 1 Porta de madeira com símbolo da Polícia Civil de Goiás - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Após indiciar o subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Irineu Marques Dias e o sargento do exército Thiago de Castro Muniz pelo crime de estupro coletivo, a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) concluiu o inquérito sobre o caso. Isso significa que por hora a polícia descarta a participação de outras pessoas no crime, e assim novos suspeitos não foram indiciados.  Agora cabe ao Ministério Público do estado decidir se denuncia ou não os dois suspeitos à Justiça ou se pede mais investigações.

A polícia deixou de fora da denúncia o irmão do subtenente da PMDF, Daniel Dias Marques, após vídeo que o mostra ele completamente embriagado no dia do crime. O relatório da PCDF ainda comentou sobre o laudo do IML, que não encontrou vestígios de atos sexuais.

“Em um primeiro momento, causa estranheza que uma vítima, abusada por cinco homens diferentes, por várias horas, não tenha nenhuma lesão na vagina e nem apresente sequer vestígios de conjugação carnal recente. Entretanto, sabe-se que crimes sexuais nem sempre deixam vestígios, quando praticado com mulher adulta, com vida sexual ativa”, pondera a delegada Tamires Teixeira no relatório. “Ademais, a própria vítima alega que não esboçava reação, nem tentava reagir, por medo de ser morta, em razão da presença de arma de fogo no local”, completa.

A delegada ainda defende no relatório a importância da palavra da vítima, que muitas vezes é o único elemento em casos de estupro. “Desacreditar a vítima, nessa fase inquisitorial, só faz aumentar a cifra negra existente nos crimes sexuais, pois inúmeras vítimas se sentem sozinhas e desamparadas, não tendo coragem de denunciar abusos”, afirmou a delegado no texto.

A defesa dos dois homens emitiu nota sobre os indiciamentos. “A defesa dos acusados respeita plenamente o trabalho desenvolvido pela Autoridade Policial, sem, contudo, concordar”, escreveram. “A defesa repudia veemente a conclusão do Relatório Final, já que não corresponde à realidade das apurações”, completaram os advogados.

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O caso

Na segunda-feira (11/10), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) abriu investigação contra o subtenente Irineu Marques Dias. O militar foi acusado de cometer estupro contra a jovem de 25 anos em uma festa na cidade goiana.

A suposta violência teria acontecido no sábado (9/10), durante uma festa organizada pelo irmão do subtenente Daniel Marques Dias. Irineu, Daniel e um terceiro homem, identificado como Thiago de Castro Muniz, também foram identificados pela mulher como autores do abuso.

Na sexta-feira (15/10), a jovem mudou a versão dada à polícia e retirou a acusação contra Daniel.

No primeiro depoimento, a moça contou aos policiais que ela teria ido à festa na sexta-feira (8/10), já com o objetivo de virar a noite. Na madrugada de sábado, duas mulheres a teriam convidado para dormir. Depois de entrar no quarto, as duas teriam saído e, em seguida, entrou o militar, com uma arma.

Ainda segundo a versão da mulher, o policial a teria abusado sexualmente e, depois, foi seguido por mais cinco pessoas, que se revezaram no estupro. Por fim, ela teria conseguido escapar e buscado ajuda com vizinhos. O Corpo de Bombeiro Militar do Estado de Goiás (CBMGO) prestou apoio a mulher e a levou ao Hospital Municipal Bom Jesus.

Após a denúncia da jovem, os acusados foram conduzidos à 17ª Delegacia Regional de Águas Lindas e foram presos em flagrante. Nessa quarta-feira (13/9), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) negou o pedido de liberdade da defesa dos acusados.

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