metropoles.com

Tapetão: composição de deputados eleitos no DF vai parar na Justiça

Cinco distritais podem dar lugar a adversários na Câmara Legislativa, e outros três parlamentares alterados no Legislativo Federal

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/ Metrópoles
cldf
1 de 1 cldf - Foto: Igo Estrela/ Metrópoles

A configuração da próxima legislatura da Câmara Legislativa e da Câmara dos Deputados pode ser mudada por uma decisão judicial. Isso porque o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) precisa julgar uma ação protocolada pelo advogado Paulo Goyaz que contesta o resultado das eleições. Se a teoria dele vencer, serão redefinidas, pelo menos, cinco vagas na CLDF e três no Legislativo Federal.

O autor se baseia em uma liminar concedida, em 2015, pelo ministro José Antônio Dias Toffoli do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir da análise da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 5.420. A decisão suspendeu parcialmente a Lei nº 13.165/2015, que alterava a forma de distribuição das cadeiras no Legislativo. Segundo Goyaz, no entanto, a medida judicial não foi aplicada nas Eleições 2018 no Distrito Federal.

“A determinação é clara. O TRE precisa fazer cumprir a liminar do ministro Toffoli porque ela está em vigor até que a corte se pronuncie. O critério usado no DF vai contra o decidido e isso tem ocorrido por todo o país”, alega o advogado.

O Plenário do STF ainda não julgou em definitivo a liminar do ministro. Por isso, de acordo com a Assessoria de Comunicação do Supremo, a decisão deve ser seguida pelas demais instâncias do Judiciário até o resultado final — que ainda não tem data para ser definido. A Adin foi ajuizada, na época, pela Procuradoria Geral da República (PGR) com o intuito de manter a diversidade partidária.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), por sua vez, disse ter usado o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para determinar quem são os candidatos eleitos e não vê falha na proclamação do resultado. De toda forma, o órgão diz que pode consultar o TSE sobre a manutenção ou não do resultado.

Divergência
A diferença entre as regras está focada na divisão das últimas cadeiras — que sobram depois dos cálculos utilizados para definir os candidatos eleitos de cada coligação. De acordo com a liminar, as vagas remanescentes só poderiam ser distribuídas aos partidos que ultrapassaram o quociente eleitoral (número de votos válidos divididos pela quantidade de cargos disponíveis). No entanto, o TRE-DF manteve a regra imposta pela Lei nº 13.165/2015.

O processo que corre no Tribunal Regional Eleitoral pode atingir, pelo menos, cinco distritais eleitos. Perderiam o mandato: Júlia Lucy (Novo), Sargento João Hermeto (PHS), Daniel Donizet (PRP), Fábio Félix (PSol) e Leandro Grass (Rede). Para o lugar deles iriam: Luzia de Paula (PSB), Wellington Luiz (MDB), Gutemberg Fialho (PR), sargento Cláudio Bonina (PMN) e Anderson Borges (PP).

O Novo prepara uma contestação da tese defendida por Paulo Goyaz. “Assim que formos chamados a nos pronunciar iremos entrar com uma representação para contestar o pedido. Não acredito que ela vá prosperar, pois confio na Justiça”, disse Julia Lucy ao Metrópoles.

Na Câmara dos Deputados, seriam diplomados o Professor Pacco (Podemos), Maria de Lourdes Abadia (PSDB) e Laerte Bessa (PR) nas vagas de Érika Kokay (PT), Bia Kicis (PRP) e Celina Leão (PP).

Mudanças
Segundo o artigo 4º da Lei nº 13.165/2015, que alterou o Código Eleitoral, para obter de forma direta uma cadeira no legislativo os candidatos precisariam alcançar 10% do quociente eleitoral – que é o número de votos válidos dividido pelo número de cadeiras.

De acordo com a liminar e o pleito do advogado, as vagas remanescentes devem ser distribuídas somente aos postulantes dos partidos que atingiram o quociente eleitoral, em vez de serem destinadas a todos os candidatos que atenderam a nova regra dos 10%, mas que as coligações ficaram abaixo do índice.

Na avaliação do ministro Dias Toffoli, à época da decisão liminar, o novo artigo causaria desajustes na composição dos legislativos, pois o partido que alcançasse primeiro o quociente eleitoral ficaria com todas as cadeiras restantes, até o limite de votos deixados pelas sobras.

Outro caso
O PTB também tenta reverter o resultado na Justiça. O partido teve 32 candidaturas rejeitadas pelo TRE-DF por problemas nos registros de candidatura de seus filiados. Caso tenha sucesso no pleito, a legenda elegeria Jaqueline Silva, que entraria no lugar de Telma Rufino (Pros).

O processo foi levado ao TSE e, nesta segunda-feira (15/10), o advogado do PTB no caso, Francisco Emerenciano, pediu à Corte que julgue todos de uma só vez. A previsão é de que a matéria entre em pauta ainda nesta semana.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?