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Número de alunos que migraram da rede privada para pública dobra no DF

No início de 2016, cerca de 6,1 mil estudantes trocaram colégios particulares por públicos. Este ano, são 12,7 mil

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
onibus escolar
1 de 1 onibus escolar - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A crise econômica está forçando muitos pais a tirarem seus filhos da rede privada de ensino para estudarem nas escolas públicas. É o que mostram dados divulgados nesta segunda-feira (9/1) pela Secretaria de Educação. Neste começo de ano, 12.769 alunos farão essa mudança. No mesmo período de 2016, o número computado foi de 6.130.

Para o subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação da Secretaria de Educação, Fábio Pereira de Souza, a alto do número não foi só por causa da crise. “Muitos pais informam aumento de mensalidades. Algumas escolas particulares têm fechado e houve ainda uma melhora na educação pública”, explica.

A avaliação é reforçada pelo presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe). “Entre 2005 e 2015, tivemos um crescimento no número de estudantes na rede privada. Mas, com o aprofundamento da crise econômica, houve aumento nas taxas de inadimplência, fechamento de escolas e a consequente migração dos alunos para o setor público nos últimos dois anos”, analisa Álvaro Moreira Domingues.

A expectativa para o próximo ano, porém, é de que a situação se inverta. “Caso as previsões de crescimento econômico e queda da inflação se concretizem, a tendência é de que os alunos retornem aos estabelecimentos particulares. Acredito nisso baseado em pesquisas que indicam que nove em cada 10 pais gostariam de colocar o filho em um colégio privado”, diz Domingues.

Além de diminuir os gastos, gostei muito das abordagens do colégio, com muitos projetos interdisciplinares, sem focar somente em aprovar o aluno

Fernanda Soares Ribeiro, 16 anos, que trocou uma escola particular por uma pública no início de 2016 e aprovou a mudança

Colégios tradicionais fecham as portas
O DF tem 380 escolas pagas onde estudam 600 mil alunos. Em 2016, pelo menos três colégios tradicionais anunciaram o encerramento das atividades, entre eles, o Centro Educacional São Camilo, que funcionava na 914 Norte havia 35 anos.

O Colégio Imaculada Conceição, na 606 Sul, também anunciou o encerramento das atividades na capital, assim como o Centro Educacional Nossa Senhora do Rosário, fundado em 1959, na 908 Sul.

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