Alegando estar com atrasos no pagamento da 1ª parcela do 13º e das férias, um grupo de cozinheiras e copeiras do Hospital de Base cruzaram os braços, nesta quinta-feira (1º/12). O serviço de alimentação é feito pela Salutar. A empresa nega os atrasos.
Veja a paralisação:
As funcionárias gravaram o protesto, no qual demonstrar a insatisfação: “Aí o pessoal todo parado. Porque não recebeu férias, a 1ª parcela do 13º. Dois anos e três meses sem férias. E o pessoal não dá uma satisfação para ninguém”, contou a narradora da gravação.
O Base é gerido pelo administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). O contrato tem sido marcado por constantes atritos.
Mas, após uma intervenção do Ministério Público Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a situação foi temporariamente pacificada. As partes inclusive assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Quadro grave
Segundo o deputado distrital Chico Vigilante (PT), a questão ainda é grave. O parlamentar criticou a postura da Salutar e entrou em contato com a direção do Iges-DF. Vigilante pretende solicitar ao governador Ibaneis Rocha (MDB) a revisão do contrato. “O que não pode é os pacientes passarem fome”, afirmou.
O que o Iges-DF diz
Segundo o Iges-DF, em nota enviada ao Metrópoles, o pagamento com a empresa Salutar está em dia, tendo inclusive adiantado parcelas.
“Como o contrato com a empresa é fiscalizado pelo MPDFT, todas as notificações de descumprimento contratual serão encaminhadas para a empresa e para o MPDFT”, pontuou o Iges-DF.
Posicionamento da Salutar
A reportagem entrou em contato com o presidente Salutar, Waldenes Barbosa sobre a situação. Segundo a empresário, não há atrasos nos pagamentos para as funcionárias. A situação estaria regular.
“A posição da empresa é que estamos com os salários em dia e os pagamentos do 13º estão em processamento. Hoje foram feitos muitos e ao longo do dia serão finalizados. Não há razão nenhuma para paralização”, afirmou.
Do ponto de vista do empresário, a greve desta quinta (1º) é formada por um grupo minoritário e, caso seja comprovada irregularidade no ato, medidas como advertência, afastamento e até demissão poderão ser tomadas.
TAC
De acordo com Barbosa, o TAC previa que o Iges fizesse o pagamento de R$ 7 milhões por mês para a empresa. Mas, segundo o empresário, a Salutar estaria recebendo em média R$ 2 milhões a menos, desde de agosto.
Por conta dessa divergência, haverá uma nova rodada de negociação junto como MPDFT. Segundo Barbosa, atualmente a empresa está também com vale-transporte e ticket alimentação em dia.
Segundo a empresa, haveria apenas alguns casos isolados e pontuais de atraso de encargos. Mas em reunião com Ministério Público do Trabalho do DF (MPT-DF) nesta quarta-feira (31/11), a empresa teria selado o compromisso de regularizar a situação em até 60 dias.