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Casos de maus-tratos a animais aumentam 24% no DF

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foram registradas 307 ocorrências do tipo em 2020. O número saltou para 381 em 2021

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Cachorrinhos vítimas de maus-tratos
1 de 1 Cachorrinhos vítimas de maus-tratos - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Episódios de violência contra cães, gatos e outros animais de estimação cresceram no Distrito Federal. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), foram registradas 381 ocorrências de maus-tratos a animais de janeiro a dezembro de 2021. No mesmo período de 2020, foram 307 casos. Percentualmente, o aumento de registros foi de 24,1%.

Em 16 de dezembro de 2021, a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) estourou um consultório veterinário clandestino no Recanto das Emas. Os policiais resgataram 23 cachorros vítimas de maus-tratos da raça american-bully. Deste total, 15 eram filhotes.

Veja imagens dos cães resgatados:

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Os cães eram mantidos em condições degradantes. Os filhotes recém-nascidos ficavam dentro de caixotes. De acordo com policiais, os cachorros eram submetidos a tratamentos por profissional sem qualificação. No local, foram apreendidos anestésicos e anabolizantes ilegais.

Para a advogada dos projetos Fórum Animal e Adoção São Francisco, Ana Paula Vasconcelos, o aumento do número de ocorrências tem um lado positivo: a população passou a denunciar mais o crime.

“Atribuo isso à maior conscientização da população e à alteração legislativa. A população está encorajada a denunciar. Acabou com aquela sensação de impunidade, trazida pela lei anterior. Quando o vizinho passou a ver aquele cara que deixava o cachorro acorrentado, sem água e comida sair no camburão da polícia, ele pensa duas vezes antes de fazer o mesmo”, pontuo.

Segundo Ana Paula, os responsáveis por maus-tratos são pessoas que não conseguem entender as necessidades dos animais. Geralmente, adotam e compram por impulso. “Não conseguem entender que aquele bicho é uma vida e que depende do ser humano para viver. São casos de extrema crueldade. Vêm o animal como um objeto que pode ser tratado de qualquer maneira”, alertou.

Os defensores de animais também observam muitos casos de abandono de animais. Com relação às raças, os pit-bulls são vítimas recorrentes. “O perfil de quem maltrata é sempre o mesmo. É aquela pessoa que vê no animal uma forma de se empoderar, de demonstrar uma certa força. E acaba demonizando o animal e querendo ter o animal como uma arma”, contou.

Em 2 de dezembro de 2021, a 19ª Delegacia de Polícia (P Norte/Ceilândia) resgatou um pit-bull vítima de maus tratos em Ceilândia. O cachorro tinha lesões no pescoço e na pele, além de problemas oculares e respiratórios. Segundo relato de vizinhos, o animal estava em sofrimento havia vários dias e estava exposto ao sol e à chuva.

Confira imagens do caso:

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Veja situação do cachorro antes do resgate:

Em setembro de 2020, foi sancionada a Lei nº 1.095/2019. Ela substituiu artigo 32, da Lei nº 9.605/98. Com a nova lei, quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos pode ser punido com reclusão de dois a cinco anos, além de multa e proibição de guarda.

Segundo a SSP-DF, ao testemunhar um caso de maus-tratos, a população deve acionar a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ou o Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). É importante informar o maior número de informações disponíveis. A denúncia poder ser anônima.

No caso da PCDF, o registro pode ser presencial ou eletrônico. No entanto, em razão da pandemia de Covid-19, é aconselhável comunicar o fato por meio da Delegacia Eletrônica, pelo link. Quem optar em solicitar apoio do Batalhão Ambiental deve acionar o telefone 190. A linha está disponível 24 horas.

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