Carro que pertenceu a irmão de Marinésio não foi usado em crimes
Palio foi vendido antes de estupros que teriam sido cometidos por maníaco. Delegada não descarta uso de outro veículo vermelho
atualizado
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Embora duas vítimas tenham feito o reconhecimento do Palio vermelho que teria sido usado por Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, no dia em que foram atacadas, a polícia descartou a possibilidade de o veículo ser o mesmo que pertenceu ao irmão do maníaco. “Pode ter sido sim outro carro, mas esse o irmão já tinha sido vendido e estava com outro proprietário no momento do estupro (da adolescente de 17 anos)”, disse a delegada Jane Klébia, chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).
No começo de setembro, a garota esteve na unidade policial e confirmou que o carro usado pelo maníaco para abordá-la no Paranoá, em abril deste ano, era o Palio vermelho. No entanto, a versão dela não bateu com as informações prestadas pelo atual dono do automóvel, que assegura estar com o automóvel há quase dois anos.

Adolescente de 17 anos foi estuprada por Marinésio Rafaela Felicciano/Metrópoles

Vítima de 17 anos reconheceu carro vermelho utilizado no estupro Rafaela Felicciano/Metrópoles

Mulher diz ter sido vítima de Marinésio Allane Moraes/ Esp. para o Metrópoles

Ex-cozinheiro responde por dois feminicídios PCDF/Divulgação

Marinésio é assassino confesso de duas mulheres Andre Borges/Especial para o Metrópoles

Blazer prata do ex-cozinheiro foi usada em crimes PCDF/Divulgação

Letícia desapareceu no dia 23 de agosto, uma sexta-feira. Seu corpo foi encontrado três dias depois, em Planaltina Arquivo Pessoal

Objetos de Letícia foram encontrados no carro do suspeito Reprodução
De acordo com a delegada Jane Klébia, a polícia não descarta a possibilidade de um outro carro vermelho ter sido utilizado por Marinésio nos crimes investigados pela DP, mas não o que pertenceu ao irmão. O maníaco foi indiciado pelo estupro da adolescente. A Polícia Civil também remeteu à Justiça a denúncia de violência sexual praticada pelo cozinheiro contra outra vítima, 42, moradora do Paranoá. Nesse caso, porém, não houve indiciamento.
Segundo a investigadora, a diligência sobre o caso da mulher de 42 anos foi concluído com o que tinha e encaminhado para o Ministério Público, sem confirmar a culpa de Marinésio, mas sem descartá-la. “Se o MP entender que ela (a vítima) estava assustada e preferiu mentir, ele será denunciado”, afirma Jane. Na ocasião, ela tomou banho antes de ir à DP e disse que nada tinha ocorrido, talvez por medo. Dois anos depois, viu Marinésio na TV, o reconheceu e o denunciou por estupro.
O terceiro inquérito concluído pela 6ª DP é o assassinato da diarista Genir Pereira de Sousa, 47. Conforme o Metrópoles revelou nessa quinta-feira (03/10/2019), Marinésio vai responder por homicídio triplamente qualificado: feminicídio por motivo fútil, asfixia e ocultação de cadáver.
Em 18 de setembro, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou Marinésio à Justiça por homicídio quintuplamente qualificado no caso de Letícia Souza Curado, 26. As qualificadoras incluem motivo torpe, porque a vítima se negou a manter relações sexuais; meio de execução (esganação); dissimulação, por fingir ser loteiro; feminicídio; e por ele tentar manipular a cena do crime para disfarçar tentativa de estupro.
A 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) indiciou o ex-cozinheiro em sete inquéritos – que reúnem oito vítimas.