Bloco D da 106 Sul completa 60 anos e comemora com exposição de fotos
Prédio foi o 1° inaugurado em Brasília. Engenheiro responsável pela obra, Cláudio Oscar de Carvalho Sant’Anna, registrou as imagens
atualizado
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Um edifício na Superquadra 106 Sul entrou para a história de Brasília como o primeiro prédio residencial da nova capital. Concluído no dia 20 de junho de 1959, o Bloco D completa 60 anos nesta quinta-feira (20/06/2019), abrindo as comemorações dos 60 anos da cidade, que serão celebrados em 2020.
O condomínio fará um sarau e exposição com fotos tiradas na época da construção, pelo engenheiro responsável pela obra, Cláudio Oscar de Carvalho Sant’Anna, falecido em 2009.
As imagens foram cedidas pelo filho do engenheiro, o jornalista Chico Sant’Anna, que encontrou as fotografias antigas enquanto organizava o acervo do pai. “Se hoje já é difícil levantar um prédio, imagine o desafio naquela época, em que tudo aquilo ali era um grande cerrado. Os trabalhadores tiveram de improvisar tudo: gerador elétrico, água de poço… O material de construção vinha de Anápolis e era disputadíssimo”, conta Chico sobre as histórias que ouvia do pai.
A inauguração do residencial contou com a presença do então presidente da República Juscelino Kubitscheck e do bispo auxiliar do Rio de Janeiro Dom Hélder Câmara.
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Prédio ainda inacabado Cláudio Oscar de Carvalho Sant'Anna/Arquivo Pessoal
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Placa da construtora responsável pela obra Cláudio Oscar de Carvalho Sant'Anna/Arquivo Pessoal
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Vista aérea da obra Cláudio Oscar de Carvalho Sant'Anna/Arquivo Pessoal
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Cerca de 3 mil trabalhadores integravam o canteiro de obras na Asa Sul Cláudio Oscar de Carvalho Sant'Anna/Arquivo Pessoal
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Edifício foi inaugurado no dia 20 de junho de 1959 Cláudio Oscar de Carvalho Sant'Anna/Arquivo Pessoal
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Bloco D da 106 Sul foi o primeiro prédio residencial concluído em Brasília Cláudio Oscar de Carvalho Sant'Anna/Arquivo Pessoal
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Norma Correa Meyer Sant'Anna com os filhos na frente de casa, em alojamento dos engenheiros e arquitetos Cláudio Oscar de Carvalho Sant'Anna/Arquivo Pessoal
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Bloco D da 106 Sul nos dias de hoje Imagem cedida ao Metrópoles
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Placa de Inauguração do edifício Imagem cedida ao Metrópoles
Sem brita para a mistura do concreto, pedras na região da Saia Velha eram mineradas e trituradas para, assim, servir como opção. O canteiro de obras na região tinha cerca de 3 mil trabalhadores, que eram divididos entre solteiros e casados. Os empregados que vieram sozinhos trabalhar nas obras do início de Brasília viviam em alojamentos coletivos. Já aqueles que estavam com suas famílias tinham direito a uma casa de madeira, onde moravam temporariamente até a conclusão das empreitadas.
“Na época, quem não morava nos alojamentos morava na Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante. Também havia uma grande comunidade na Vila Planalto, que era um conjunto de vários acampamentos que estavam juntos e prestavam serviços para a Novacap [Companhia Urbanizadora da Nova Capital ]”, diz Sant’Anna.
O engenheiro responsável pelo primeiro prédio residencial de Brasília veio para a cidade com dois irmãos, todos sócios da Construtora Kosmos. Os outros dois voltaram, mas Cláudio ficou na cidade, onde criou os filhos e permaneceu até o dia de sua morte. Ele também é o primeiro presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) e um dos fundadores do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do DF (Crea).
