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Ameaça de ataque em escola deixa pais apreensivos: “Clima preocupa”

Estudante apreendido havia postado na internet ameaça de ataque em escola particular de Águas Claras, com data marcada para esta 4ª feira

atualizado

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Marcus Rodrigues/Metrópoles
escola águas claras
1 de 1 escola águas claras - Foto: Marcus Rodrigues/Metrópoles

A ameaça de ataque em uma escola particular, na Avenida Jequitibá, em Águas Claras, provocou grande movimentação na porta do colégio, na manhã desta quarta-feira (29/3).

O atentado, inicialmente planejado para ser cometido com uma bomba, deixou apreensivas as famílias dos estudantes. Após descobrirem quem seria o suspeito de publicar as mensagens, a polícia foi à casa do estudante e não encontrou itens ilícitos nem artefatos explosivos.

O caso dessa quarta ocorreu dois dias após um estudante invadir uma escola pública na Zona Oeste de São Paulo, matar uma professora a facadas e ferir outras quatro pessoas. A ameaça em Águas Claras também partiu de um aluno da instituição de ensino, pelo Instagram.

“Fiquei sabendo pelo grupo dos pais. Ficamos muito inseguros. Você deixa [o filho] na escola, que, a princípio, deveria ser um ambiente de segurança”, comenta a nutricionista Fabiana de Melo Costa, 41.

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Pai de uma menina de 7 anos, o economista Lauro Guimarães, 63, conta que recebeu a notícia com preocupação. “Vim bem rápido, assim que saí do trabalho. Parece que, agora, as coisas estão contornadas. A polícia e a escola tomaram as providências, mas o clima preocupa”, diz.

As aulas ocorreram normalmente, nesta quarta-feira (29/3). Em comunicado oficial, a escola informou que, no início do turno matutino, as famílias foram tranquilizadas, e todos os alunos, recebidos para participarem das aulas e atividades.

“A direção, junto ao Batalhão Escolar [da Polícia Militar do Distrito Federal], passou em todas as salas de aula e conversou com as turmas, para esclarecer o caso. Seguiremos atendendo as turmas e aproveitando nossos projetos de inteligência de vida e saúde emocional para trabalhar reflexões sobre o tema”, destaca o comunicado (leia na íntegra abaixo).

Pai de um adolescente de 13 anos, o empresário Rogério Saraiva, 39, afirma ter visto carros da polícia à porta da instituição, porém, não desconfiou que algo acontecesse. “Quando vim deixá-lo [o filho] de manhã, vi duas viaturas aqui, mas não suspeitei de nada. Ficamos apreensivos, ainda mais depois do caso de São Paulo, em que o aluno matou a professora”, compara.

Ameaças

Em mensagens publicadas anonimamente na internet, o estudante ameaçou alunos do 6º, 7º e 8º anos. “Apenas orem e rezem ao seu deus. Aproveitem enquanto podem. Amanhã [quarta-feira] será o grande dia”, escreveu.

O aluno acrescentou: “O tempo está acabando, seus vermes insolentes. Amanhã, o momento irá chegar, seus humanos desprezíveis”. Apesar do ocorrido, as aulas no colégio não foram suspensas.

A diretora do colégio, Tânia Maria Ferreira, afirmou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que sabia do teor das postagens e relatou que diversos alunos não compareceram às aulas nesta quarta-feira (29/3), por medo do ataque — inclusive o próprio autor das mensagens.

“Perfil isolado”

Gestores da instituição de ensino identificaram o aluno — que teria publicado as ameaças em um perfil anônimo — e entraram em contato com a família dele. O estudante seria alvo de bullying de colegas e apresentava “perfil isolado”, segundo a direção da escola.

Os pais do estudante contaram aos investigadores que não permitiram que o adolescente fosse ao colégio nesta manhã, mas desconheciam a relação do filho com a autoria das mensagens.

Após a chegada da PMDF à instituição de ensino, os pais do suspeito levaram o estudante ao colégio, apresentaram-no à polícia e entregaram o celular dele aos investigadores.

O adolescente foi levado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) II, onde prestou depoimento e foi autuado em flagrante por ato infracional análogo ao crime de falso alarme.

A reportagem não divulgará o nome do colégio envolvido, para não gerar pânico entre a comunidade escolar, uma vez que foram tomadas providências, e o plano não se concretizou. A assessoria da instituição informou que o perfil com as ameaças foi apagado do Instagram.

Comunicado da escola

“Nossa unidade Jequitibá, em Águas Claras, foi vítima de mensagens em tom ameaçador numa rede social. Diante do ocorrido, tomamos as medidas cabíveis, acionando a Delegacia de Crimes Cibernéticos e o Batalhão Escolar da Polícia Militar, que estiveram presentes na escola hoje.

O autor das mensagens foi identificado e não esteve presente na unidade esta manhã. O caso e as próximas ações estão sendo conduzidos pelas autoridades locais.

Na entrada dos alunos, tranquilizamos as famílias e recebemos, normalmente, a todos para participarem das aulas e atividades. A Direção, juntamente com o Batalhão Escolar, passou em todas as salas de aula e conversou com as turmas para esclarecer sobre o caso.

Temos certeza de que a parceria família-escola-comunidade é uma das chaves para evitar situações como essa e fortalecer nossos jovens, formando cidadãos empáticos e conscientes. Seguiremos atendendo as turmas e aproveitando nossos projetos de inteligência de vida e saúde emocional para trabalhar reflexões sobre o tema.”

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