A deputada Carla Zambelli nomeou em seu gabinete na Câmara o secretário parlamentar Jean Hernani Guimarães Vilela de Sousa. Em 2020, Sousa era servidor do gabinete da então deputada Joice Hasselmann.

Ele foi ouvido pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, no âmbito de uma notícia-crime apresentada por Zambelli contra Hasselmann.

A denúncia apontava que Hasselmann teria obrigado servidores a criar perfis falsos nas redes sociais para disseminar fake news contra adversários. Entre esses adversários estaria a própria Carla Zambelli.

Sousa, agora servidor de Zambelli, foi um dos que confirmaram as acusações.

A denúncia era sustentada por áudios supostamente enviados por Hasselmann a seus assessores, pedindo a criação dos perfis. O caso acabou gerando um pedido de abertura de inquérito, no Supremo Tribunal Federal, contra a deputada.

Ela foi acusada de constrangimento ilegal, difamação, falsidade ideológica e associação criminosa.

Zambelli e Hasselmann eram do PSL até o racha que resultou na saída de Bolsonaro do partido. A partir disso, Hasselmann passou a se posicionar contra o governo. Ela negou a criação de perfis fake e classificou a denúncia como “patética e “mentirosa”. 

Em 2019, a ex-deputada também prestou depoimento na CPI das Fake News. Ela denunciou as atividades do chamado “gabinete do ódio” de Bolsonaro.