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Acamada, idosa de 70 anos não recebe 2ª dose dentro do prazo no DF

Portadora de doença degenerativa, Elza Mendes Duarte tem dificuldade de se locomover, mas UBS do Guará alega falta de transporte na unidade

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Idosa acamada
1 de 1 Idosa acamada - Foto: Material cedido ao Metrópoles

A família da aposentada Elza Mendes Duarte (foto em destaque), 70 anos, entrou em desespero após ser comunicada pelos servidores da Unidade Básica de Saúde II (UBS 2) do Guará de que estariam impossibilitados de aplicar a segunda dose na Coronavac na idosa. Elza sofre de demência frontotemporal, doença que causa a degeneração de um ou de ambos os lobos frontais e temporais do cérebro e que a deixou acamada há pelo menos cinco anos.

A recomendação do fabricante é que o intervalo entre as duas doses seja de 14 a 28 dias e a pessoa precisa ser avisada sobre a data do retorno. No caso da paciente, a primeira aplicação ocorreu no dia 25 de março, em casa, mas atualmente a equipe da unidade de saúde argumenta dificuldade de transporte e falta de pessoal para conseguir imunizar a idosa na segunda etapa.

“Não vieram porque dizem que estão sem carro e sem profissional. Eu já havia ido durante a semana para implorar, mas não sei o que aconteceu. Eles falaram que só poderiam aplicar na segunda-feira [26/4], mas nesse dia o prazo da vacina já estará vencido, conforme orienta a bula”, relatou a assistente social aposentada Suely Mendes de Oliveira, 51 anos.

“Minha mãe tem essa doença que a deixou totalmente acamada há cinco anos, em home care, e estou ligando para pessoas próximas para que me ajudem a colocá-la num carro e levá-la, não sei como, ao posto. Quando soube disso, voltei da UBS chorando muito. Se ela tomar apenas na segunda, serão 32 dias após a primeira aplicação e a primeira dose será considerada nula. Como não terá drive thru no Guará, vamos procurar outro posto mais próximo”, completou.

A denúncia sobre o descaso também chegou na Câmara Legislativa (CLDF). De acordo com o deputado distrital Chico Vigilante (PT), a situação é uma “desumanidade”.

“Essa situação é o retrato acabado do desleixo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. É um absurdo e não respeitam nem sequer o Estatuto do Idoso, não respeitam ninguém. É um descontrole absoluto e completo. Uma irresponsabilidade, é uma desumanidade o que estão fazendo com essa senhora”, criticou.

De acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI), os idosos acamados têm prioridade para receber as doses da vacina em casa ou em abrigos, assim como os acompanhantes também.

Atualização

Após a publicação da reportagem, a filha de Elza Mendes Duarte informou ao Metrópoles que o gerente da UBS II foi, pessoalmente, na casa da família para vacinar a idosa. “O servidor veio no carro dele pessoal, porque a unidade não tem veículo para o serviço”.

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde também confirmou a informação antecipada por Suely Mendes. “A Secretaria de Saúde informa que a idosa E.M.D tomou a segunda dose da vacina Coronavac no dia 23 de abril de 2021”.

 

 

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