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Exercício e socialização aliviam depressão em pacientes com demência

Intervenções não medicamentosas amenizaram os sintomas de forma mais efetiva que antidepressivos, segundo estudo canadense

atualizado

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Ilustração de um cérebro malhando
1 de 1 Ilustração de um cérebro malhando - Foto: iStock

Uma pesquisa feita pela Universidade de Toronto, no Canadá, descobriu que interagir com amigos e praticar atividades físicas podem ser formas eficazes de diminuir sintomas depressivos em pessoas com demência.

Os cientistas examinaram diferentes tratamentos administrados a mais de 28 mil pacientes com demência que sofriam de solidão ou depressão e descobriram que medicamentos antidepressivos não foram tão efetivos para amenizar os sintomas quanto os tratamentos sem remédios.

Entre as intervenções não medicamentosas estudadas estavam exercícios físicos, massagem terapêutica, terapia animal e “prescrição social” de atividades em grupo, como aulas de canto ou de jardinagem.

As abordagens não medicamentosas foram associadas a uma redução significativa nos sintomas de depressão em pessoas com demência e sem um diagnóstico de transtorno depressivo maior. A equipe de pesquisadores utilizou dados de 256 estudos, totalizando 28.483 pacientes com demência sem diagnóstico de transtorno depressivo maior, mas que apresentavam sintomas de depressão. Os dados foram publicados no British Medical Journal.

Na meta-análise, sete intervenções foram associadas à diminuição dos sintomas em comparação com o tratamento medicamentoso usual: estimulação cognitiva; estimulação cognitiva combinada com um inibidor da colinesterase (medicamento para pacientes com demência com corpos de Lewy e a doença de Parkinson com demência); massagem e terapia de toque; cuidados multidisciplinares; terapia ocupacional; exercícios combinados com interação social e estimulação cognitiva e terapia de reminiscência (técnica que baseia-se na recuperação de memórias).

Das sete intervenções investigadas, a massagem e terapia de toque, a estimulação cognitiva combinada com um inibidor da colinesterase e a estimulação cognitiva combinada com exercícios e interação social foram as medidas consideradas mais eficazes que algumas intervenções medicamentosas.

A demência corresponde a uma alteração progressiva de áreas do cérebro, resultando em alterações da memória, comportamento, linguagem e personalidade, interferindo diretamente na qualidade de vida da pessoa afetada.

A doença é diagnosticada a partir de um conjunto de sinais e sintomas relacionados a alterações cerebrais que pode ter causas diversas, sendo mais frequentemente associada ao envelhecimento.

Entre os principais tipos estão o Alzheimer; a demência vascular; a demência por Parkinson; a demência senil; a demência frontotemporal (caracterizada pela atrofia e perda de células nervosas de um ou ambos os lobos frontais e temporais do cérebro); a demência de Pick (caracterizada pelo excesso de proteínas Tau nos neurônios denominados copos de Pick); a demência com corpos de Lewy (que corresponde ao comprometimento de regiões específicas do cérebro devido à presença de estruturas proteicas, conhecidas como corpos de Lewy) e a demência por álcool.

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