O site de buscas Lyst, voltado para o mercado de luxo, registrou aumento de 66% nas pesquisas por moda sustentável nos últimos 12 meses. Nesta semana, a plataforma revelou os itens mais pesquisados com essa pegada, além das celebridades que estão contribuindo para o movimento. Entre elas, Meghan Markle, Emma Watson e Pharell Williams.

Para chegar ao resultado dessa onda de consciência fashion, o site estudou o interesse dos consumidores em mais de 5 milhões de produtos de moda de 12 mil lojas e designers. Ao todo, foram mais de 100 milhões de pesquisas.

O levantamento considera uma série de termos, desde “zero waste” (desperdício zero) até “organic cotton” (algodão orgânico), algumas palavras-chave que demonstram esse interesse crescente. Vale destacar que, além do meio ambiente, a ideia de sustentabilidade envolve questões sociais e econômicas.

Vem comigo conferir!

 

Celebridades
O site estima ainda que, com a influência das celebridades e as investidas ecológicas da indústria da moda, 10% de todos os artigos pesquisados serão sustentáveis em 2020. Atualmente, marcas como Stella McCartney, Reformation e Veja (Vert, no Brasil) já dominam esse mercado.

Parte dessa pressão que tem feito a indústria abraçar a moda verde vem das celebridades. Por meio de declarações e apoio a iniciativas e tecnologias sustentáveis, nomes como Emma Watson e Pharrell Williams são destaque nesse sentido. Meghan Markle, por sua vez, só precisa usar algum item dessas marcas para que ele se torne febre no mercado.

Emma Watson
Em 2017, a atriz britânica criou um perfil no Instagram chamado The Press Tour para compartilhar os looks que usou durante a turnê promocional de A Bela e a Fera, sem falar nas dicas sustentáveis de moda e beleza. Na produção do longa-metragem, a artista se certificou de que grande parte dos figurinos seriam ecológicos. Em 2011, lançou a coleção eco-friendly Pure Threads, em parceria com a grife italiana Alberta Ferretti.

 

Richard Quinn
O estilista britânico é especialista quando se trata de reduzir o desperdício. Conhecido por suas estampas florais e coloridas, o designer gasta 70% menos água e 80% menos energia graças à técnica de impressão digital.

 

Livia Firth
Uma das principais vozes da moda sustentável, Livia Firth criou em 2009 a Eco Age, instituição que presta consultorias especializadas no assunto para marcas como Stella McCartney, Gucci, entre outras. Também é a criadora da iniciativa Green Carpet Challenge, ou Desafio do Tapete Verde. A ideia consiste em aproveitar as aparições em tapetes vermelhos para promover marcas ecológicas. A top model Gisele Bündchen é uma das adeptas.

 

Meghan Markle
Como tudo que a duquesa de Sussex usa vira sucesso de vendas, não é diferente com a moda eco-friendly. Depois de usar um tênis da marca francesa Veja durante uma tour pela Oceania, a label teve um aumento de 113% nas pesquisas – segundo a marca, tratava-se do V10 Couro Extra White Black.

Depois de usar um par de calças skinny Outland Denim, o item esgotou instantaneamente, e as vendas globais subiram 2.374%, sem falar no tráfego on-line, que aumentou 3.000%.

Fã de grifes sustentáveis, como Stella McCartney e Gabriela Hearst, as aparições da ex-atriz com peças das marcas Veja e Outland Denim aumentou o interesse da clientela. Além disso, gosta de usar peças vintage e não vê problema em repetir roupas.

 

Stella McCartney
A filha do ex-Beatle Paul McCartney é pioneira em usar materiais orgânicos e cruelty-free em sua própria label, criada em 2001.

 

Carry Somers e Orsola de Castro
A dupla deu início ao movimento global Fashion Revolution, que busca mudanças radicais nas formas de consumo e produção na indústria têxtil. A iniciativa surgiu após o desabamento do prédio Rana Plaza, em Bangladesh, em 2013, onde funcionavam fábricas de roupa. O desastre matou mais de mil pessoas. Somers e Castro incentivam pessoas e marcas a moverem esforços por uma moda mais transparente.

 

Pharrell Williams
O cantor e produtor assumiu, em 2010, a direção criativa da Bionic, uma empresa que cria roupas usando plástico reciclado do oceano. Já em 2016, tornou-se coproprietário da marca G Star Jeans, que adota uma abordagem circular em toda a produção do material. Um de seus jeans é feito de algodão 100% orgânico.

 

Rosario Dawson
Por meio da marca Studio One Eighty Nine, a atriz e ativista trabalha o artesanato com comunidades africanas desde 2013. Ao capacitar a população local, a iniciativa contribui para a educação e geração de empregos. Junto com Abrima Erwiah, ganhou o prêmio CFDA x Lexus Sustainable Fashion Initiative em 2018. A homenagem é voltada para personalidades que trabalham mudanças positivas na indústria fashion.

 

Itens
Só as páginas de jeans sustentáveis ganharam um aumento de 187% nas visualizações. As pesquisas por couro vegano, por exemplo, impactaram na busca de itens, como bolsas e sapatos. Já a moda vegana, de forma geral, acumulou mais de 9,3 milhões de impressões nas redes sociais.

O site listou os 12 itens mais procurados no período:

1. Tênis de imitação de couro Stella McCartney x Stan Smith

 

2. Casaco Nano Puff® by Patagonia

 

3. Gavin Dress da Reformation

 

4. Tênis V10, da Veja (Vert, na versão brasileira)

 

5. Sky Blue Jeans, da Weekday

 

6. Tênis Tree Runners, da Allbirds

 

7. Mochila Re Kanken, da Fjallraven

 

8. Casaco puffer de “couro vegano”, da Nanushka

 

9. Maiô Kia One, da Mara Hoffman

 

10. Calças Re/Done

 

11. Casaco Parka, da Arket

 

12. Jumpsuit by Eileen Fisher

 

O movimento de moda circular é uma boa forma de buscar caminhos mais sustentáveis para o setor de luxo. A revenda de itens, por exemplo, é um bom demonstrativo. De acordo com o levantamento do Lyst, o tráfico de revenda de luxo aumentou em 329%.

Chanel, Louis Vuitton, Gucci, Hermès, Prada, Dior, Celine e Burberry estão entre as marcas mais procuradas. Os clientes que se interessam por produtos de luxo de segunda mão gastam entre US$ 500 e US$ 1.000. A categoria mais popular é a de bolsas, seguida por sapatos e joalheria. Mais de 800 itens chegam ao site Luxury Garage Sale semanalmente.

O site lista, ainda, acontecimentos relacionados à moda verde que ocorreram desde 2018. Por exemplo, a decisão da Versace e Burberry de banirem pele animal das coleções. Em dezembro, a Chanel foi além e baniu, também, o uso de couros exóticos (píton, crocodilo, lagarto, entre outros).

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Colaborou Hebert Madeira