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Governistas usarão indiciamento de Heinze para atacar relatório da CPI

Parlamentares ligados ao governo apontam irregularidade em pedido de indiciamento do senador do PP gaúcho por "crime de opinião"

atualizado 26/10/2021 16:59

O senador Luis Carlos Heinze no senado Rafaela Felicciano/Metrópoles

A decisão de incluir o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) na lista de indiciados pela CPI da Covid-19 pode virar o “calcanhar de Aquiles” do relatório final produzido por Renan Calheiros (MDB-AL). Parlamentares governistas pretendem usar a inclusão para tentar enfraquecer o documento.

Na avaliação dos governistas, Heinze não pode ser indiciado por “crime de opinião”. Por esse motivo, esses senadores apostam que o pedido de indiciamento do parlamentar gaúcho não deverá ser aceito pelo procurador-Geral da República, Augusto Aras, a quem caberá dar prosseguimento aos pedidos do relatório.

Senadores governistas argumentam que o artigo 53º da Constituição Federal é explícito em dizer que “deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. E que a decisão de incluir Heinze seria uma “vingança” de Renan contra governistas, sem embasamento legal.

O pedido de indiciamento de Heinze serviria, inclusive, em futuras tentativas dos governistas de judicializar o relatório. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), chegou a emitir uma nota nesta terça-feira (26/10) afirmando que a inclusão do nome de Heinze seria “um excesso”, mas que não iria interferir na decisão da CPI.

Apesar das reclamações, Renan garantiu à imprensa que manterá o nome de senador do PP do Rio Grande do Sul no relatório. “A investigação não termina com o final da CPI”, afirmou o emedebista. Ele desconversou ao ser perguntado se Pacheco pediu para o nome de Heinze ser retirado.

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