metropoles.com

Após criticar aumento, Deltan decide usar fundo eleitoral na campanha

Ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol pediu ao Podemos recursos do fundo eleitoral para financiar sua campanha à Câmara dos Deputados

atualizado

Compartilhar notícia

Vladimir Platonow/Agência Brasil
O ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol
1 de 1 O ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol - Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil

Crítico do fundo eleitoral, o ex-procurador Deltan Dallagnol (PR) pediu à direção de seu partido, o Podemos, uma fatia dos recursos públicos do “fundão” para bancar sua campanha à Câmara dos Deputados deste ano.

À coluna, Dallagnol argumentou, por meio de sua assessoria, que “não usar o fundo é como ir para a guerra sem armas contra a velha política, que usa não só o fundo, mas dinheiro da corrupção nas suas campanhas”.

“Se os bons não usarem, os ruins usarão e terão mais dinheiro para se eleger, e várias pesquisas já documentaram que existe forte correlação entre recursos investidos em campanha e número de votos”, justificou.

Procurado, o Podemos não informou o valor exato que repassará para Dallganol. Ao todo, o partido recebeu do TSE R$ 212,6 milhões referentes ao fundo eleitoral.

Críticas

O ex-procurador faz parte do projeto “200+”, que, entre outros pontos, defende a extinção ou a redução do valor do fundão. Este ano, todos os partidos juntos tiveram direito a R$ 4,9 bilhões, quase o triplo do R$ 1,7 bilhão de 2018.

Quando o Congresso Nacional aprovou o aumento do fundo, em votação realizada em dezembro de 2021, Dallagnol fez questão de ir às redes sociais criticar a decisão dos parlamentares.

Inicialmente, deputados federais e senadores aprovaram o aumento do fundão para R$ 5,7 bilhões. Posteriormente, os repasses foram fixados na Lei Orçamentária Anual de 2022 de R$ 4,9 bilhões .

Outro integrante da Lava Jato que criticou o aumento do fundão e decidiu usar os recursos é Sergio Moro (União Brasil). Até agora, a sigla do ex-juiz já repassou R$ 2,2 milhões do fundo para a campanha dele ao Senado.

“Problemas”

À coluna, Dallagnol afirmou ainda ver dois “problemas” no fundo eleitoral brasileiro. O primeiro seria a “distribuição desigual” dentro dos partidos. O segundo seria o valor muito alto.

“Não é razoável gastar quase R$ 5 bilhões em campanhas eleitorais no momento em que grande parte da população não tem o que comer. Esse dinheiro deveria estar sendo usado para melhorar a saúde, a educação, a segurança”, diz.

Embora tenha decidido usar os recursos públicos do fundão, o ex-procurador diz que, se eleito, seu “compromisso” será “lutar para reduzir o fundo eleitoral em pelo menos dois terços” e para “baratear as campanhas eleitorais”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comIgor Gadelha

Você quer ficar por dentro da coluna Igor Gadelha e receber notificações em tempo real?