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Prefeito de Guarujá volta a criar dor de cabeça para o PSDB de SP

Anunciada com pompa por aliados de Doria, filiação de Válter Suman teve data fraudada no sistema do PSDB, segundo aliados de Leite

atualizado

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Carla Fiamini/PSDB
Filiação de Válter Suman ao PSDB
1 de 1 Filiação de Válter Suman ao PSDB - Foto: Carla Fiamini/PSDB

A filiação do prefeito de Guarujá, Válter Suman, voltou a provocar dor de cabeça no PSDB de São Paulo. O caso de Suman é citado com destaque na denúncia que apoiadores de Eduardo Leite encaminharam à direção nacional do partido para questionar supostas fraudes nas datas de filiações de quase 100 prefeitos e vice-prefeitos no estado de São Paulo.

Os acusadores apontam que a filiação de Suman foi cadastrada no dia 28 de setembro no sistema interno do partido, mas com a data retroativa para 14 de maio. A filiação foi noticiada pela imprensa em julho, após o gestor posar para fotos no evento em que assinou a ficha de ingresso no partido.

O evento para anunciar a filiação de Suman foi organizado com pompa pelos aliados de João Doria e contou com a participação do seu vice-governador, Rodrigo Garcia, e do presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi.

A filiação de Suman foi uma mostra de força do PSDB paulista porque ele era o vice-presidente do diretório estadual do PSB, chefiado por Márcio França. O ex-governador é cotado para repetir a dobradinha com Geraldo Alckmin na eleição ao governo de São Paulo em 2022.

Em setembro, Suman foi preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 100 milhões da área da Saúde. A Justiça concedeu liberdade provisória para que ele responda ao caso. Suman reassumiu o cargo e negou as acusações.

Na denúncia enviada nesta quinta-feira (21/10) à direção nacional do PSDB, os diretórios do Rio Grande do Sul, Ceará, Minas Gerais e Bahia dizem que houve um “conjunto de inclusões retroativas” no sistema interno do partido para permitir que novos filiados pudessem votar nas prévias.

Segundo as regras do PSDB, somente os filiados até o dia 31 de maio têm autorização para participar da votação. Todas as supostas irregularidades dizem respeito a prefeitos e vice-prefeitos de São Paulo.

A acusação pede que a direção nacional exclua os quase 100 filiados da votação das prévias e investigue quem foi responsável pelas supostas fraudes. Segundo a denúncia, o caso pode caracterizar fraude no processo de prévias do PSDB e falsidade ideológica eleitoral.

Em nota, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que a solicitação será analisada “com absoluta serenidade” e que ela já foi encaminhada ao diretório paulista para esclarecimentos. Araújo declarou que os dados usados na lista final dos filiados com mandatos aptos a votar foram recebidos oficialmente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por fim, Araújo disse ter a certeza de que a operação das prévias tem “total cooperação das campanhas envolvidas e a devida transparência que permite, de forma segura, o acompanhamento do processo”.

(Atualização, às 22h10 de 21 de outubro de 2021: o diretório do PSDB de São Paulo enviou nota em que afirma que todas as mais de 120 filiações feitas pelo partido em 2021 são regulares e seguem o disposto no estatuto partidário e na legislação eleitoral. Segundo o diretório, muitos desses filiados estão aptos a votar, pois suas filiações são anteriores a 31 de maio, e outros não estão porque foram registrados após essa data, seguindo o regramento das prévias. Também afirmou que a legislação não obriga que a filiação seja lançada no sistema na mesma data em que ocorre).

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