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Planalto ignorou intimidação de Bolsonaro contra servidores da Anvisa

Presidência não tomou medida alguma após Bolsonaro cobrar nomes de funcionários da agência que aprovaram vacina infantil

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Bolsonaro esteve ao lado dos seus médicos e do hospital para falar da sua saúde
1 de 1 Bolsonaro esteve ao lado dos seus médicos e do hospital para falar da sua saúde - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O Palácio do Planalto ignorou a intimidação de Jair Bolsonaro contra servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) depois que a agência autorizou a vacinação infantil contra a Covid. No último dia 16, horas após a decisão da Anvisa, Bolsonaro anunciou em live ter pedido o nome dos técnicos que deram aval ao imunizante.

A Presidência da República não tomou medida alguma sobre o suposto pedido de Bolsonaro. Não recebeu ou produziu documentos, não solicitou pareceres, não se comunicou com outros órgãos, não fez reuniões e nem enviou e-mails a funcionários. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

Disse Jair Bolsonaro em sua live no dia 16:

“Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas, para que todo mundo tome conhecimento e, obviamente, forme o seu juízo”. Nos dez dias seguintes à live, a Anvisa recebeu pelo menos 169 ameaças a seus servidores, inclusive de morte. O material foi encaminhado à PF.

O presidente é investigado no STF por essa declaração. Bolsonaro ainda é alvo de outro processo na corte por ter mentido sobre as vacinas: associou o imunizante a Aids, o que é falso. Nesta quinta-feira (6/1), Bolsonaro atacou mais uma vez a vacinação infantil, que é feita amplamente na Europa e nos Estados Unidos. O Ministério da Saúde registra 608 mortes de crianças de até cinco anos por Covid.

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