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O histórico de ingratidão de Ernesto Araújo com o chanceler de Lula

Anunciado como chanceler do terceiro mandato de Lula, Mauro Vieira foi isolado por Ernesto Araújo, para quem havia aberto portas

atualizado

Marcos Oliveira/Agência Senado
Mauro Vieira, à época ministro de Relações Exteriores, durante participação em audiência no S - Metrópolesenado

O primeiro chanceler do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, tem histórico de ingratidão com Mauro Vieira, anunciado na semana passada como o titular do Ministério das Relações Exteriores no terceiro mandato de Lula.

No período em que era embaixador em Washington, Vieira atendeu a um pedido do sogro de Ernesto, o embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, para torná-lo o número dois da representação diplomática nos Estados Unidos. Foi o cargo mais relevante que Ernesto ocupou antes da chancelaria.

Não havia sido a primeira oportunidade dada por Vieira a Ernesto, na maioria das vezes em consideração a Seixas Corrêa.

Embora tenha defendido governos petistas no passado, Ernesto converteu-se ao bolsolavismo e empreendeu uma caçada a Vieira quando foi empossado.

Certa vez, em 2019, quando Vieira ainda era o embaixador do Brasil na ONU e Bolsonaro faria a primeira participação na Assembleia Geral da organização, Ernesto manobrou para impedir que o diplomata estivesse em Nova York ao mesmo tempo que o presidente.

Primeiro, Ernesto tentou forçar Vieira a tirar férias naquele período, mas o pedido não foi aceito. Diante da negativa, o bolsonarista impediu o desafeto de acompanhar as agendas presidenciais ao convocá-lo para estar a serviço em Brasília durante a cerimônia.

No mês seguinte ao episódio, o Senado aprovou a determinação de Ernesto de enviar Vieira para a embaixada na Croácia, um posto de relevância nula no Itamaraty e onde a expertise de um ex-chanceler era desperdiçada.

Vieira foi o último ministro das Relações Exteriores de Dilma Rousseff. Ele deixou o cargo com o impeachment da petista e foi sucedido por José Serra.




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