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Lula viaja para China, EUA e Argentina até março, diz Mauro Vieira

Próximo chanceler informou que é responsável pelas agendas. Lula foi convidado a viajar antes mesmo da posse, mas não houve tempo hábil

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
O presidente eleito Lula fala em coletiva de imprensa com membros da equipe de transição e apresenta alguns de seus ministros, no CCBB. Em destaque, ele gesticula diante de um púlpito - Metrópoles
1 de 1 O presidente eleito Lula fala em coletiva de imprensa com membros da equipe de transição e apresenta alguns de seus ministros, no CCBB. Em destaque, ele gesticula diante de um púlpito - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará ao menos três viagens oficiais ao exterior nos primeiros meses do início de governo. Os destinos são Argentina, Estados Unidos e China, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (14/12) pelo futuro ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Tanto o argentino Alberto Fernández, quanto o norte-americano Joe Biden, já haviam formalizado um convite para que Lula visitasse os países aliados antes mesmo da posse, em 1º de janeiro. Contudo, o presidente eleito não teve tempo hábil para a visita, em meio às preparações da transição de governo e à composição do 1º escalão ministerial.

De Amazônia a democracia: desafios e trunfos de Lula na política externa

A primeira viagem, segundo Viera, será para participar da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontecerá na Argentina. Após o encontro, Lula permanecerá em Buenos Aires para uma agenda com Fernández. “Ele tinha sido convidado para uma visita antes da posse à Argentina, mas, infelizmente, não teve tempo hábil para essa visita se realizar”, disse o futuro chanceler.

“Da mesma forma que ele foi convidado para uma visita aos Estados Unidos [antes da posse], mas não foi possível. Mas ele irá, já está acertada uma visita oficial aos Estados Unidos, da mesma forma que uma visita oficial à China, brevemente, no início do seu mandato, nos primeiros três meses, no máximo, imagino.”

Visita norte-americana

No início deste mês, Lula teve uma reunião com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e outros representantes do governo Biden, em Brasília. O motivo principal do encontro foi convidar o próximo mandatário brasileiro para uma visita a Washington, antes mesmo da posse.

O convite sinaliza o interesse do governo estadunidense de frisar que as relações bilaterais com o Brasil são prioridade na agenda norte-americana.

No início de novembro, Sullivan informou que Biden pretende encontrar Lula pessoalmente para “expressar um compromisso real e motivação para proteger a Amazônia e falar sobre uma variedade de suportes que podemos dar, não apenas técnicos, mas também financeiros”.

Durante a reunião, que durou cerca de duas horas, foram colocados em pauta temas ligados ao meio ambiente, em especial, a importância de medidas contra as mudanças climáticas. Assim como o estabelecimento de uma nova governança mundial, como uma reformulação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Pêndulo China x EUA

O presidente eleito também tem uma visita agendada com o presidente Xi Jinping, da China. Três dias após o encontro com os norte-americanos, Lula recebeu uma carta do chefe de Estado chinês reafirmando as congratulações pela vitória eleitoral do petista, além de reforçar o interesse na parceria entre as duas nações no âmbito global.

“Hoje recebi com satisfação carta do presidente Xi Jinping, reforçando os cumprimentos pelo resultado eleitoral, a amizade e parceria estratégica global entre nossos países e a visão de longo prazo das relações entre Brasil e China”, divulgou Lula, em publicação no Twitter.

Ao contrário da gestão de Jair Bolsonaro (PL), em que foi adotada uma retórica mais distante do governo chinês, a expectativa para os próximos quatro anos, em termos de política externa, é que Lula mantenha uma “equidistância pragmática” nas relações polarizadas entre EUA e China, mantendo boas relações com ambos os países.

Para além das relações diplomáticas e dos posicionamentos no jogo geopolítico, a China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

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