Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e Natália Portinari

Líder do governo atuou por reunião pró-cloroquina do CFM com Bolsonaro

Deputado Major Vitor Hugo trabalhou para que Bolsonaro recebesse Mauro Luiz de Britto Ribeiro em abril de 2020

atualizado 30/10/2021 13:43

Major Vitor Hugo, deputado federal por Goiás Fabio Rodrigues Pozzebom/Agênciia Brasil

Enquanto era o líder do governo na Câmara, o deputado Major Vitor Hugo atuou para que Jair Bolsonaro recebesse em reunião o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, investigado pela CPI da Pandemia. O encontro aconteceu em abril de 2020, quando o CFM liberou o uso de remédios ineficazes contra a Covid a critério de cada médico.

Em 22 de abril do ano passado, véspera da reunião no Planalto, Vitor Hugo enviou um e-mail ao Palácio do Planalto com o assunto “Uso da cloroquina no combate ao Covid-19 (sic)”. O bolsonarista cobrou prioridade para a reunião com o presidente do CFM, que havia liderado a liberação do uso da cloroquina.

Na semana anterior, o deputado governista Hiran Gonçalves, do PP de Roraima, já havia solicitado a mesma reunião ao Planalto para tratar de cloroquina. Os documentos foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

Segundo o relatório final da CPI da Pandemia, a publicação do parecer de Ribeiro pró-cloroquina, em abril de 2020, foi “temerária, criminosa e antiética”. A comissão recomendou a apuração da responsabilidade do dirigente investigado. O posicionamento da entidade médica impulsionou discursos de Bolsonaro a favor de remédios comprovadamente ineficazes contra a Covid, que continuam até hoje.

Na contramão de estudos internacionais e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que em março de 2021 emitiu “forte recomendação” contra a cloroquina contra a Covid, o presidente do CFM ainda não veta o remédio ineficaz para combater o vírus.

Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Clique aqui.

Siga a coluna no Twitter e no Instagram para não perder nada.

Mais lidas
Siga as redes do Guilherme Amado
Últimas da coluna