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Governo do Rio resiste a câmeras em batalhões especiais da polícia

Representantes do governo do Rio de Janeiro justificaram, em reunião no STF, a resistência a usar câmeras no BOPE e no CORE

atualizado

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Representantes do governo do Rio de Janeiro se posicionaram na última quinta-feira (16/2) contra o uso de câmeras nos uniformes de policiais nas favelas. A reunião aconteceu no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em dezembro, Fachin determinou que o governo apresentasse um plano para instalar câmeras de áudio e vídeo em fardas e viaturas de batalhões especiais, assim como nas regiões onde há maior letalidade. O governo descumpriu a decisão e recorreu.

A ação foi enviada então à conciliação, para tentar chegar a um acordo entre as partes. Fachin considerou que é necessário “compreender as dificuldades” do governo fluminense na instalação dos equipamentos.

Estavam na audiência na semana passada a equipe de Fachin, representantes da Polícia Civil e da Polícia Militar, dois procuradores do Rio de Janeiro, movimentos sociais, integrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Ministério da Igualdade Racial.

Segundo presentes na reunião, representantes do governo estadual se posicionaram contra o uso de câmeras nos uniformes de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Polícia Civil e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), discordando da decisão do ministro do STF.

A justificativa dada pelas polícias é que esses batalhões têm colaboradores nas comunidades e que o uso de câmeras poderia atrapalhar a coleta de informações, já que essas pessoas temem ser expostas.

Os chefes das polícias alegaram que o uso de câmeras — que tem coibido a violência policial em São Paulo nos últimos anos — atrapalha o trabalho de policiais nas áreas mais violentas. O indicativo é de que os batalhões especiais devem continuar, por enquanto, sem o uso de câmeras.

O STF pediu que, em 15 dias, o governo apresente um relatório sobre a instalação de câmeras em viaturas e uniformes no estado.

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