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Governo Bolsonaro gastou R$ 228 mil em viagem antiaborto na Suíça

Damares Alves e mais sete viajaram para Genebra; grupo comemorou primeiro aniversário de aliança internacional antiaborto

atualizado

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Damares Alves em Genebra, em novembro de 2021
1 de 1 Damares Alves em Genebra, em novembro de 2021 - Foto: Divulgação

O governo Bolsonaro gastou pelo menos R$ 228 mil em uma viagem de Damares Alves, ministra dos Direitos Humanos, e auxiliares no mês passado à Suíça em defesa de pautas antiaborto. A comitiva comemorou em Genebra o primeiro aniversário da Declaração Consensual de Genebra, uma aliança internacional contra o aborto patrocinada por Donald Trump, ex-presidente americano.

A aliança antiaborto foi assinada em outubro de 2020 por Brasil, Estados Unidos e outros 30 países, incluindo Hungria, Polônia, Omã, Djibuti, Uganda e Indonésia. A lista inclui ditaduras que punem o relacionamento homossexual e violam direitos humanos. Damares Alves e Ernesto Araújo, então chanceler, participaram da cerimônia virtual.

Um dos objetivos do documento é garantir que “em nenhum caso o aborto seja promovido como um método de planejamento familiar.” Também há ataques velados ao casamento homossexual.

No mês passado, a comemoração do primeiro aniversário dessa coalizão foi citada textualmente na agenda oficial da viagem a Genebra. Foi num almoço em 3 de novembro. O governo Bolsonaro enviou pelo menos sete pessoas à Suíça, de 31 de outubro a 6 de novembro deste ano: Damares Alves, Ângela Gandra, secretária da Família, e cinco assessores. As diárias e passagens do grupo custaram R$ 194 mil aos cofres públicos. O Itamaraty gastou R$ 34 mil em logística.

Além dessa celebração e reuniões com países criticados por retrocessos democráticos, como a Hungria, a comitiva também teve encontros esperados, como com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com a Cruz Vermelha.

A assinatura da aliança antiaborto foi uma das últimas ações de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Duas semanas depois, Trump foi derrotado por Joe Biden, que revogou a participação na aliança no primeiro dia na Casa Branca, em janeiro de 2021.

O Brasil continua empenhado na causa antiaborto. Em outubro, Damares Alves e Ângela Gandra, secretária da Família, prestigiaram em conferência virtual a entrada de mais um país ao grupo conservador, a Guatemala. Em seu discurso, Damares parabenizou o país em nome de Jair Bolsonaro.

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