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Exército compara Crimeia com Amazônia em texto sobre Ucrânia

Artigo listado pelo Observatório de Doutrina do Exército diz que autodeterminação de povos indígenas poderá acarretar em projeto de secessão

atualizado

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Exército Brasileiro
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1 de 1 Exército Brasileiro - Foto: Exército Brasileiro

Um artigo selecionado pelo Exército para informar a população sobre a guerra na Ucrânia faz uma comparação entre a crise que envolveu a anexação da região da Crimeia pela Rússia e uma suposta ameaça internacional para separar a Amazônia do Brasil.

O texto foi incluído na lista do Observatório de Doutrina do Exército e foi escrito pelo coronel Marcelo Eduardo Anacleto, chefe da Divisão de Difusão do Centro de Doutrina do Exército, para o programa da Escola Superior Internacional de Estudos de Defesa da Universidade de Defesa Nacional da China. O artigo é de 2020.

Ao tratar do contexto do conflito na Crimeia, Anacleto diz que o Brasil “deve refutar qualquer pressão no sentido de reconhecer a autodeterminação de suas minorias indígenas, ou haverá o risco de no futuro uma potência apoiar um projeto de secessão em áreas de interesse geopolítico”.

“Pelas mesmas razões, deve também vetar iniciativas no sentido de “desmilitarizar as terras e territórios dos povos indígenas”, pois a ausência ou insuficiência da presença militar em uma determinada área pode encorajar iniciativas adversas aos interesses nacionais”, escreveu o coronel.

Anacleto aponta que “o Brasil deve ter especial atenção com Colômbia, Venezuela, Guiana e França, pois estão situados na faixa de fronteiras mais expostas à ação de potências globais e da OTAN”.

“A existência de vizinhos cobiçosos e poderosos, a presença de potências antagônicas ou rivais em países vizinhos ou a aliança destes com tais potências são ameaças, particularmente quando houver um choque de interesses importantes ou vitais. A presença militar em regiões geoestratégicas permite estabelecer bases avançadas para dissuadir, ameaçar ou iniciar um conflito armado a partir de uma posição vantajosa. Isso é manobra estratégica militar, portanto, preparação prévia para um eventual conflito armado”, afirmou o coronel.

Segundo postagem no LinkedIn de Guilherme Marques Almeida, oficial de Estado-Maior no Comando de Operações Terrestres, o Centro de Doutrina do Exército organizou o Observatório de Doutrina para acompanhar o conflito na Ucrânia com “mais de 50 especialistas, [o] que inclui militares da ativa, veteranos e Oficiais de Ligação de Doutrina no Exterior”.

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