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Médico do DF abre vagas para estudo sobre tratamento precoce da Covid-19

No início, 380 pacientes serão recrutados e monitorados. O protocolo foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

atualizado

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YANKA ROMÃO/ARTE METRÓPOLES
Coronavírus
1 de 1 Coronavírus - Foto: YANKA ROMÃO/ARTE METRÓPOLES

O médico endocrinologista Flávio Cadegiani convida 380 pessoas diagnosticadas com a Covid-19 para participar de um estudo clínico para tratamento precoce gratuito contra a doença. Os voluntários devem morar no Distrito Federal ou no Entorno (veja como proceder na galeria de fotos).

Em parceria com o instituto de pesquisa Applied Biology, dos Estados Unidos, o especialista lançou oficialmente, nesta quinta-feira (6/8), a pesquisa na qual serão usados dois medicamentos que inibem temporariamente a ação de testosterona nas células, além de nitazoxanida (Annita) associado à azitromicina.

A dutasterida, uma das drogas que serão testadas, é normalmente utilizada contra calvície e para proteger a próstata. E a espironolactona, um anti-hipertensivo, é indicado por dermatologistas no caso de excesso de espinhas, cabelos e pelos.

Os pesquisadores optaram pelo Annita associado à azitromicina por acreditarem ter resultados “possivelmente mais consistentes”. Eles preferiram não usar a hidroxicloroquina por causa de “possíveis riscos cardíacos”.

A intenção do estudo é avaliar pessoas com qualquer sintoma, para que seja iniciado o tratamento de forma ainda mais precoce. “Temos visto um alto percentual de pacientes positivos para a Covid-19 com sintomas que mais parecem dengue ou sinusite”, disse Cadegiani.

“Possivelmente, foi a demora (em perceber a doença), mesmo que detectada de forma relativamente precoce, e não os medicamentos em si, que levou a resultados inconsistentes nas pesquisas anteriores. Sabemos que, quanto antes pudermos inibir a replicação do vírus, melhor”, afirmou.

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Requisitos

Podem participar do estudo clínico pessoas com mais de 18 anos e que tiveram diagnóstico para a Covid-19 nos últimos sete dias. Caso o interessado tenha somente a suspeita da doença, um pedido para o exame PCR será expedido, mas deverá ser custeado pelo paciente.

Os candidatos também não podem ter iniciado tratamento precoce há mais de 48 horas. Medicamentos, exames e acompanhamento serão gratuitos.

O endocrinologista disse à coluna Grande Angular que os voluntários do estudo clínico devem ter acesso ao Distrito Federal para buscar os medicamentos. Das 380 vagas, 25 foram preenchidas até o momento. Cadegiani contou que o grupo responsável pela pesquisa quer aumentar o número de participantes para 760.

Em um estudo observacional conduzido pelo mesmo grupo, nenhum dos 300 pacientes foi hospitalizado ou precisou de oxigênio, segundo o médico. “Tratar precocemente pode não somente reduzir a mortalidade e a perda de capacidade funcional como também prevenir, a longo prazo, esses efeitos que temos observado”, assinalou.

Cadegiani testou positivo para coronavírus em julho e se recuperou. O médico afirmou que tomou os medicamentos nitazoxanida e azitromicina.

Consentimento

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), Farid Buitrago, disse à Grande Angular que estudos como esse devem submeter o protocolo a um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), especificando todos os detalhes do procedimento para não colocar nenhuma pessoa em risco.

“São medicamentos já conhecidos. Como estão sendo utilizados em doença da qual não se sabe o tratamento adequado, o paciente tem, obrigatoriamente, de ser informado de que é um procedimento experimental e assinar um termo de consentimento”, salientou o presidente do CRM-DF. 

Por meio de nota, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) confirmou à coluna que o estudo clínico de Cadegiani e da Applied Biology foi aprovado no dia 25 de julho. “O protocolo teve as pendências atendidas e respeita plenamente as Resoluções CNS 466/2012 e 251/1997 e o Documento Orientador da Conep de 09 de maio de 2020”, pontuou.

“Pelo nosso compromisso de confidencialidade, não podemos comentar detalhes dos protocolos de pesquisa em execução”, ressaltou a Conep.

Confira, na íntegra, o convite para a pesquisa: 

“Divulguem para todos que puderem em Distrito Federal todo. Após a confirmação da COVID-19, quem participar terá 100% do tratamento, exames e acompanho gratuitamente. Quanto mais participantes, maior será o peso da nossa pesquisa, que já é inovadora para COVID-19. Queremos mostrar ao mundo se o tratamento precoce funciona, e se sim, com que e quando funciona. Só digo uma coisa: o nosso estudo observacional mostrou resultados muito promissores, ao que tudo indica. Vamos que vamos! #androcovproject #AndroCoVTrial #Brasília #letsbeatcovid19”

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