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Ciro Gomes sobre Temer: “Enojante”

Durante seminário em SP, ele atacou o emedebista. Quanto a Lula, disse que “não seria compatível com a biografia dele” disputar as eleições

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Em ambiente interno, Ciro Gomes aparece de camisa social azul clara, com expressão neutra - Metrópoles
1 de 1 Em ambiente interno, Ciro Gomes aparece de camisa social azul clara, com expressão neutra - Metrópoles - Foto: Reprodução/Twitter

São Paulo – Pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT) fez uma pausa, respirou e refletiu antes de responder a uma das perguntas da jornalista Mônica Bergamo sobre o presidente Michel Temer, durante seminário promovido pela Folha de S.Paulo. “Um ser enojante”, disparou.

Ciro Gomes continuou o ataque ao chefe do Executivo. “É uma figura constrangedora para a sociedade. Mas, pelo menos, ele está lutando, esperneando. Não é como a Dilma, que deixou o país chegar onde chegou. Mas daí a ele ter protagonismo, não tem”, disse o pedetista.

Ao ser questionado se apoia ou não o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gomes afirmou que, para ele, o petista “não é um mito, não é um deus. É um grande brasileiro”. “Lula aboliu a fome do lar de mais de 20 milhões de famílias no país. Isso tudo diante do ceticismo, sim, que se dizia impossível de fazer no Brasil. Então, há um lado a ser elogiado.”

Mas também o criticou: “O Lula não institucionalizou nada desses avanços”. Ciro ainda se posicionou sobre como pensa a respeito da participação do ex-presidente no processo eleitoral. “Nas eleições, agora, eu penso que o grande papel do Lula é convocar a sociedade brasileira a se reunir. Se ele faz isso, entra na história como um grande estadista. Ele poderia ser candidato antes de ser condenado. Agora, pode até ser que, usando essas filigranas e incidentes processuais, ele consiga. Eu não acho que isso seria compatível com a biografia dele.”

Ciro afirmou ainda que busca uma aliança com PSB e PCdoB para as eleições deste ano. Ele não descarta o apoio do PT, mas não enxerga uma parceria em 2018. “Não acredito que (a aliança) aconteça pela natureza do escorpião”, disse o pedetista. Segundo ele, os petistas precisam fazer autocrítica. “Não é possível que tudo seja ‘conspirata’, que eles são santos.”

“Intervenção é politiqueira”
O pedetista não poupou críticas à intervenção federal no Rio de Janeiro, decretada na última sexta-feira (16/2) pelo presidente Michel Temer (MDB). “É politiqueira, mal intencionada, de motivação miúda e sem planejamento de nada. Entretanto ela corresponde a um anseio comovente da população”, pontuou.

A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta terça-feira (20/2), o decreto que autoriza a medida interventiva. No entanto, o Senado Federal ainda precisa endossá-lo. A apreciação está prevista para acontecer ainda nesta terça, em sessão pré-agendada para as 16h.

Ciro questionou a intervenção no Rio, por considerar que outros estados são mais violentos. “O Rio de Janeiro é o décimo estado onde mais se mata no país, nas estatísticas de homicídio. O Ceará é o nono. Por que a intervenção acontece no Rio? Por que entendemos que a violência saiu do controle no Rio de Janeiro? Agora, vai colocar o Exército para enfrentar bandido? A polícia existe para proteger a comunidade, o exército é treinado para matar”, observou o político.

(Com informações da Agência Estado)

 

 

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