metropoles.com

Mesmo sem prova de eficácia contra Covid-19, venda de ivermectina subiu 1.297% no DF

Também defendida contra a doença, a procura pela hidroxicloroquina aumentou em 169% em 2020, conforme Conselho Federal de Farmácia (CFF)

atualizado

Compartilhar notícia

Prefeitura de Itajaí/Divulgação
ivermectina
1 de 1 ivermectina - Foto: Prefeitura de Itajaí/Divulgação

A procura por remédios sem comprovação científica para o tratamento antecipado contra a Covid-19 disparou no Distrito Federal, nos últimos dois anos. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o aumento das vendas de ivermectina aos brasilienses foi de 1.297%. No caso da hidroxicloroquina, houve crescimento de 169% em relação à comercialização registrada no ano anterior.

Os medicamentos ficaram populares nos últimos meses, após forte pressão do governo para incluí-los como profilaxia contra a Covid-19. Indicada para o combate de infestações de parasitas, como piolhos, a ivermectina chegou a aparecer no aplicativo TrateCov, do Ministério da Saúde, como opção de “tratamento precoce”.

Em comunicado publicado na quinta-feira (4/2), a Merck, empresa responsável pelo desenvolvimento do fármaco, informou que não existe base científica ou evidências significativas para o uso do medicamento no tratamento da Covid-19.

“Não acreditamos que os dados disponíveis suportem a segurança e eficácia da ivermectina, além das doses e populações indicadas nas informações de prescrição aprovadas pela agência reguladora”, diz a nota da empresa.

O Ministério da Saúde também apagou uma publicação sobre a recomendação de tratamento precoce contra Covid-19 pela revista científica The American Journal of Medicine.

No material, o Ministério da Saúde listava substâncias como zinco, azitromicina e hidroxicloroquina como soluções para o enfrentamento à pandemia. No entanto, o editor da revista científica citada pela pasta, Joseph Alpert, disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que o artigo em questão não tinha objetivo de avaliar a eficácia de tratamentos precoces para a Covid-19.

O cenário nacional não foi diferente para a comercialização dos dois produtos. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, medicamentos como a hidroxicloroquina (antimalárico), a ivermectina (vermífugo) e a nitazoxanida (antiparasitário) tiveram altas expressivas nas vendas.

Embora não haja comprovação para o uso durante a pandemia, levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia revelou que as vendas da hidroxicloroquina, por exemplo, mais do que dobraram, passando de 963 mil em 2019 para 2 milhões de unidades em 2020 no Brasil. O aumento foi ainda maior no caso da ivermectina, atingindo 557,26%.

Veja o quadro:

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?