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Valor médio do litro de gasolina subiu 32,9% no Brasil desde o início da pandemia. Veja lista por UF

DF foi a unidade da Federação que mais viu a gasolina aumentar no período: 34%. Preço médio do litro saltou de R$ 4,77 para R$ 6,40

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
Posto de Gasolina - Combustível
1 de 1 Posto de Gasolina - Combustível - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Desde março do ano passado, começo da pandemia de Covid-19 no país, o preço do litro da gasolina disparou nos postos de combustíveis. O aumento em agosto deste ano fez o valor do litro ficar 32,9% acima do registrado em março de 2020. O preço médio de revenda no país subiu de R$ 4,46 para R$ 5,93.

O Distrito Federal registrou o maior aumento e ficou acima de média nacional, com reajuste de 34% no período. Na capital federal, o preço médio de revenda da gasolina nos postos saltou de R$ 4,77 para R$ 6,40 o litro.

Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, compilados pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles. Todos os valores foram corrigidos pelo IPCA de agosto deste ano.

Veja, no gráfico abaixo, como foi o aumento da gasolina por unidade federativa:

A realidade do aumento da gasolina nos postos brasilienses fez com que alguns profissionais montassem estratégias para driblar a situação. É o caso de Gilberto Santos, 25 anos, motorista de aplicativo há 3 anos, que circula no Distrito Federal e em cidades vizinhas. Para minimizar o impacto da alta nos preços, o profissional optou por trabalhar em horários de pico e em períodos noturnos, quando a demanda pelo serviço é maior.

“Aqui em Brasília tudo é um pouquinho longe, né? Uma cidade para outra é distante. Também tem a qualidade do transporte público, onde a demanda por corridas particulares é bem maior, justamente para suprir isso. Por causa disso temos bastante demanda, gastamos muito com transporte.”, diz Santos.

O motorista calcula que, devido ao acréscimo, a redução no lucro com corridas foi de pelo menos 50% neste ano. “Provavelmente eu tenha perdido até mais. Antes da pandemia, eu conseguia bancar o carro, consertos e combustível. Hoje está muito pesado para mim”, explica.

Para o Sindicombustíveis-DF, um dos responsáveis pelo aumento específico para o Distrito Federal seria o ICMS. A estimativa é de que a arrecadação tenha crescido 41,5% neste ano. Entretanto, a alíquota do ICMS não sofre reajuste desde 2016. O ICMS no DF para o álcool e a gasolina é 28% e, no caso do diesel, 15%. Nesta reportagem, o Metrópoles explica como é calculado o preço final do combustível para o consumidor.

Nessa segunda-feira, em um evento de comemoração dos mil dias de governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para discutir a alta no preço da gasolina. Segundo o chefe do Executivo federal, foram debatidas medidas para diminuir o valor dos combustíveis “na ponta da linha”, isto é, para os consumidores.

O presidente também declarou que o aumento não é “por maldade”, mas pontuou: “Nada é tão ruim que não possa piorar”.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que a Petrobras seja privatizada nos próximos anos. A declaração ocorreu durante videoconferência no encontro “O Brasil Quer Mais”, organizado pela International Chamber of Commerce (ICC). De acordo com Guedes, os recursos arrecadados com as privatizações deveriam ser direcionados para um programa que tenha como foco a luta contra a miséria.

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A Petrobras afirmou, também nessa segunda, que “tudo que excede R$ 2 não é responsabilidade” da estatal. Em coletiva convocada às pressas logo após a fala de Bolsonaro, o presidente da petroleira, Joaquim Silva e Luna, enfatizou que a empresa é responsável apenas pela produção e refino do combustível. “Temos presença e acompanhamento em diversos órgãos. Isso nos dá um conforto para saber que a Petrobras tem uma governança muito robusta”, disse.

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