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UPPs serão reformuladas no RJ e São Gonçalo terá batalhão do Bope

Governo do Rio deve ampliar o número de batalhões nas cidades e vai modificar o plano de segurança das favelas do Rio

atualizado

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1 de 1 bope-rio-de-janeiro - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – Prestes a completar 12 anos da sua implementação em comunidades do Rio de Janeiro, o Programa de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) vai passar por uma reformulação em 2022. Em meio ao sucateamento e à violência nas favelas mesmo com a presença dos policiais, o governo anunciou que, no dia 25 de janeiro, irá apresentar um plano para mudar a segurança pública do estado.

Uma das medidas será modificar o esquema dos batalhões da Polícia Militar, que em muitas áreas atende mais de 25 bairros, como é o caso do 3° BPM, no Méier, zona norte do Rio. O plano é adequar a quantidade de regiões monitoradas pelos quartéis, inclusive ampliando o número já existente, que se mantém em um modelo criado há 50 anos.

 “Quando os batalhões foram criados, o contingente populacional era um, assim como a geografia da criminalidade e o perfil do criminoso. A ideia é repensar o batalhão por região, se será necessário aumentar ou mudar de local, repensar a segurança pública”, disse o governador Cláudio Castro, em um café com jornalistas no Palácio Guanabara nesta quarta-feira (15/12)

“Será que vamos seguir com esse modelo que não está dando certo? Colocar só gente na UPP não irá resolver”.

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São Gonçalo é umas das cidades mais violentas da Região Metropolitana. No último caso, nove pessoas foram mortas no Complexo do Salgueiro, em 22 de novembro, após uma ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Desse número, oito corpos foram encontrados e retirados pelos moradores de manguezais. O Ministério Público do Rio de Janeiro realizou uma perícia no início desta semana para apurar as denúncias feitas pela população contra a operação violenta do grupo de elite da PM.

Bope em São Gonçalo

São Gonçalo, inclusive, vai receber uma nova sede do Bope no próximo ano. Segundo o governador, a cidade possui mais de 1,2 milhão de pessoas e a violência tem se alastrado de forma brutal no município. No entanto, ele afirmou que a segurança pública é um problema de todos os poderes.

“Segurança pública não é só do estado. Se você não tiver a União protegendo as fronteiras para não entrar tráfico de drogas, se você não tiver prefeitura proibindo construções irregulares, você não consegue ajeitar a segurança pública. Se você não tiver a Justiça do seu lado, que você prende e ela solta, nada funciona. O modelo de integração não foi feito ainda, mas é o que iremos apresentar”, explica Castro.

O Plano de Segurança é discutido entre o governador, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o MPRJ. De acordo com Castro, a demora na apresentação e no início das mudanças se deu porque se trata de um projeto complexo para funcionar.

Ele ainda deu a entender que deve haver uma votação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para um projeto de lei, que será apresentado em conjunto pelos poderes executivos e o MPRJ.

“Eu prometi que seria esse ano, mas resolvi adiar um pouco. O projeto é muito complexo. Conversei longamente com o prefeito Eduardo Paes e com o Ministério Público. Não é só um programa de comunidade, é um programa de reestruturação da segurança pública, de regresso à segurança”, adiantou.

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