Rio de Janeiro – Apesar do Império ter acabado no Brasil e vivermos em uma República desde 1889, atualmente ainda é cobrada uma taxa criada por Dom Pedro II. Chamado de “taxa do príncipe”, o imposto é recolhido no centro e em alguns bairros mais valorizados da cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio, que enfrentou uma tragédia devido às chuvas nessa semana.
A cobrança, que segue vigente na região onde os restos mortais do imperador foram enterrados, beneficia a família Orleans e Bragança. Dessa forma, sempre que um imóvel, localizado no antigo terreno da Fazenda do Córrego Seco – da antiga família imperial –, muda de dono, ocorre a taxa.
Como funciona?
De acordo com a taxa do príncipe, quem comercializa o imóvel deve bancar 2,5% do valor da venda aos descendentes de parte da antiga família imperial. Ao portal Aventuras na História, o economista e ex-vereador de Petrópolis Anderson Juliano contou que a existência dessa porcentagem tem respaldo em uma legislação federal.
A quantia é recolhida pela Companhia Imobiliária de Petrópolis, administrada por dez herdeiros da família de Dom Pedro II.
Na prática, é o comprador — e não o vendedor — quem acaba desembolsando o valor. Caso contrário, ele não recebe a escritura. “Mesmo se você agregar valor ao terreno, na hora de comprar, é preciso o comprador pagar laudêmio em cima da benfeitoria [inclusa no valor do imóvel] e não sob o terreno da casa”, disse Juliano ao site.

Sobreviventes buscam familiares na tragédia Luciano Belfort/Especial Metrópoles

Um cachorro foi resgatado com vida após o deslizamentoLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Homem tenta encontrar algum morador no deslizamentoLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Bombeiro usa um tronco para tentar achar vítimas dos deslizamentos que ocorreram na regiãoLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Moradores ajudam a retirar um corpo encontrado nos escombrosLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Populares carregam a vítima em um lençolLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Topo do Morro da Oficina, que desmoronouLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Homem tentando sair de rua totalmente alagadaLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Governador Cláudio Castro visitou a área afetada na cidadeLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Um corpo é retirado em meio ao lamaçal no morroLuciano Belfort/Especial Metrópoles
O valor deve ser pago à vista e não há possibilidade de parcelamento. O ex-parlamentar criou o Projeto de Lei n.º 6.834/2013, que extinguiria o laudêmio voltado às antigas famílias imperiais. No entanto, ainda não houve avanço.
Laudêmio
O pagamento da taxa vem do conceito de laudêmio, um prêmio pela ocupação. A ideia surgiu no período colonial, quando a coroa portuguesa autorizava a utilização de terras somente com o pagamento de uma pensão anual, chamada de foro. Porém, a situação só foi reforçada por Dom Pedro II em 1847, já que ele tinha a intenção de colonizar terras de sua fazenda em Petrópolis.
Para receber botar o projeto em prática, Dom Pedro II distribuía terrenos para imigrantes alemães e era duplamente beneficiado. Além de servirem como colonos, os estrangeiros também eram taxados toda vez que vendessem o lote para outra pessoa.