Servidores do Banco Central anunciam protesto virtual: “Último alerta”
Profissionais cobram reunião urgente com o ministro da Casa Civil para tratar da reestruturação de carreira. Serviços não serão paralisados
atualizado
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Servidores do Banco Central (BC) realizarão atos virtuais nacionais, nesta terça-feira (13/9) e na quarta-feira (14), em protesto contra a demora do governo federal em enviar a medida provisória da reestruturação de carreira para o Congresso Nacional. A mudança foi um dos termos do acordo que encerrou a greve da categoria, entre abril e julho deste ano.
As mobilizações ocorrerão on-line, entre 14h e 16h. Durante os atos, não haverá paralisação dos serviços, por se tratar “apenas de um alerta”, segundo informou o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad.
“Mas foi o último alerta! Os servidores do BC estão cobrando reunião urgente com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a fim de resolver o pleito da reestruturação de carreira de uma vez por todas”, diz a nota do sindicato.

O governo Bolsonaro vive período conturbado com alguns servidores públicos. Tudo começou depois que foi anunciado reajuste salarial para policiais, mas o aumento financeiro de outras categorias ficou de fora dos planos Hugo Barreto/Metrópoles

O aumento salarial para a área da segurança partiu de uma demanda do próprio presidente Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

No fim de 2021, antes da votação do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), o Ministério da Economia enviou um ofício ao Congresso Nacional pedindo que fossem reservados R$ 2,5 bilhões para reajustes salariais em 2022 Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles

No entanto, o orçamento enviado só prevê correção salarial para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) Matheus Veloso/Especial Metrópoles

Como consequência, servidores da Receita Federal e do Banco Central começaram a entregar cargos, em protesto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Além disso, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), composto por mais de 30 categorias, programou para 18 de janeiro o Dia Nacional de Mobilização. A intenção é pressionar o governo a conceder reajuste para todos os servidores Morsa Images/ Getty Images

Sem resposta, servidores públicos de mais de 40 órgãos federais realizaram, no dia 18 de janeiro, protestos em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia, em Brasília, cobrando por reajustes com base na correção da inflação MmeEmil / Getty Images

Em meio à repercussão, Bolsonaro chegou a afirmar que todos os servidores merecem aumento. Contudo, em nenhum momento especificou se outras categorias, além da segurança pública, receberiam o reajuste Rafaela Felicciano/Metrópoles

A pressão do funcionalismo público por aumento salarial tem preocupado a equipe econômica. O ministro Paulo Guedes, no entanto, não esconde que é contra qualquer reajuste Rafaela Felicciano/Metrópoles

De acordo com Guedes, o governo precisa “ficar firme”. “Sem isso, é como Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos, até explodir a barragem e todos morrerem na lama”, disse o ministro sobre o assunto Fábio Vieira/Metrópoles
A entidade sindical reforça ainda que, “se a enrolação do governo continuar”, os profissionais poderão entrar, a partir da próxima terça-feira (20/9), em operação diferenciada — dificultando alguns processos de trabalho da autoridade monetária brasileira.
Os servidores fizeram uma primeira mobilização em 23 de agosto, para debater os problemas enfrentados e o futuro da mobilização, e se manifestaram pelas redes sociais. A expectativa é que os próximos atos sigam o mesmo formato, com a possibilidade de um protesto presencial.