Na Inglaterra, uma mulher de 44 anos revelou na televisão como é viver com uma condição rara que provoca dores intensas na região genital e ressecamento na vagina. O problema é conhecido como líquen escleroso e a estimativa é que afete uma a cada 300 mulheres.
Sam, a mulher inglesa que detalhou o assunto no programa de televisão Embarrassing Bodies (Corpos Embaraçosos) do último 15 de maio, chama a doença de “vagina quebrada”, por conta da aparência das lesões que são típicas do problema.
“Os médicos me receitavam lidocaína para anestesiar a área e permitir que eu fizesse sexo sem dor, mas, no passado, fiquei meses sem transar com meu parceiro porque me machucava”, desabafou.
O líquen escleroso é uma doença de pele crônica e incurável, que pode aparecer em qualquer área do corpo. Entretanto, é mais frequente na região genital.
A doença é caracterizada pelo surgimento de lesões esbranquiçadas, que causam coceira, irritação, descamação e sangramentos. Embora os sintomas sejam parecidos com os da candidíase, o líquen escleroso provoca dores mais intensas e inviabiliza a vida sexual das pacientes.

Mulher detalhou sobre condição em programa televisivoDivulgação

Sam, inglesa de 44 anos, relatou que sexo era pura agonia
Ainda não há consenso sobre as causas do líquen escleroso, as hipóteses são de que a condição possa resultar de alterações genéticas, imunológicas ou metabólicas. A doença é mais frequente em mulheres após a menopausa, mas pode acometer crianças e homens. Neles, as lesões geralmente são bem despigmentadas, assemelhando-se ao vitiligo.
Tratamento
Embora seja incurável, o líquen escleroso pode ser amenizado com o uso de pomadas e aplicação de laser.
De acordo com o dermatologista Igor Brum Cursi, o uso dos corticosteroides é muito eficaz no tratamento de líquen escleroso. “Os corticosteroides têm o poder de modificar a evolução natural da doença, diminuindo sequelas causadas pelas lesões, principalmente nas regiões genital e perianal”, afirma.
No caso de Sam, o tratamento convencional não foi suficiente. Para ela, foi preciso passar por terapia com células-tronco, na qual foi retirada gordura de suas pernas e injetada na vagina. Apesar de invasivo, o procedimento melhorou significativamente a vida da mulher, que tem um filho de 17 meses.
(*) Eline Sandes é estagiária do Programa Mentor e está sob supervisão da editora Maria Eugênia