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Anvisa: uso de laboratório animal para vacina da Covid-19 é “factível”

Declaração é do diretor-presidente da órgão, Antonio Barra Torres. Ele participou de audiência no Senado Federal

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Hugo Barreto/Metrópoles
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1 de 1 Antonio-Barra-Torres - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, deu sinal verde para adaptação de fábricas usadas na produção de vacinas animais para que fabriquem imunizantes para uso humano contra Covid-19. Nas palavras dele, trata-se de “possibilidade factível e exequível”.

“Como gestor público, tenho que olhar para o futuro. Existe, hoje, uma mordida muito forte no nosso calcanhar. E a Anvisa considera uma possibilidade factível e exequível”, afirmou em audiência pública no Senado Federal, realizada nesta quinta-feira (8/4).

Torres defendeu que será necessário adaptar os laboratórios de saúde animal para produção das vacinas contra Covid-19.

“Alguns investimentos serão necessários, como a elevação de nível de segurança biológica desses laboratórios. Talvez algumas serão capazes de dominar o ciclo completo. Outras, não, ficariam mais direcionadas ao envase. Não é algo a ser descartado, é algo a ser evoluir. Questão regulatória, obviamente, pode ser realizada”, apontou.

Para isso, o diretor-presidente da Anvisa cobrou “ajustes orçamentários para permitir adequações”.

“Nossa contribuição é com um vigoroso ‘sim’ a essa possibilidade. O entendimento que temos é que essa situação [crítica da pandemia] está longe de seu fim. Não há convicção de que a fase pior tenha passado. Não vemos nenhum sentido em manter os olhos apenas nos próximos minutos e dias, temos que olhar para um futuro mais longe”, completou.

Apoio do setor

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Delair Ângelo Bolis, também vê como possível a adaptação da tecnologia de produção.

“Produzimos vacinas contra coronavírus para cães, bovinos e aves. São vírus diferentes, obviamente, mas tecnologias são similares. O Brasil possui hoje o terceiro maior quadro de fábricas, de plantas de produção, do mundo. Possuem conhecimento técnico e tecnologia para produzir”, defendeu.

“Neste momento, o interesse é coletivo: salvar vidas. Estamos aqui nos colocando à disposição. Existem fábricas que usam nível de biosseguridade superior ou igual utilizado na produção de vacinas humanas”, completou.

Nova candidata

Ainda nesta quinta, a Anvisa aprovou que a empresa biofarmacêutica canadense Medicago e a britânica GlaxoSmithKline (GSK) realizem testes de sua candidata à vacina contra Covid-19 no Brasil.

A pesquisa de fases 2 e 3 avaliará a segurança, eficácia e imunogenicidade da vacina contra o novo coronavírus em adultos com mais de 18 anos em um estudo randomizado, cego para observador e controlado por placebo. Ou seja, os voluntários serão divididos entre o grupo que receberá a fórmula em teste e um placebo.

As fases 1 e 2 do estudo está em andamento no Canadá e nos Estados Unidos. A próxima etapa será expandida para um estudo global, com até 30 mil voluntários distribuídos entre o Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Europa e países da América Latina. O Brasil contribuirá com 3.500 voluntários.

O imunizante da Medicago e GSK deve ser aplicado em duas doses, com intervalo de 21 dias. Ele foi desenvolvido com a tecnologia de partícula semelhante ao coronavírus (CoVLP). A fórmula é composta da proteína S expressa em forma de partículas parecidas com vírus (VLPs), coadministradas com um adjuvante desenvolvido pela GSK.

 

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