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“Sabia que seria preso”, diz amigo que viu bolsonarista ser detido pela PF

Ligado à ativista Sara Winter, o jornalista Oswaldo Eustáquio foi detido em um hotel localizado em Campo Grande

atualizado

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Oswaldo Eustáquio
1 de 1 Oswaldo Eustáquio - Foto: Reprodução

Preso em um hotel em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, o jornalista Oswaldo Eustáquio (foto em destaque) sabia que poderia ser pego em uma nova fase da investigação que apura financiamento e organização de atos antidemocráticos contra o Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). Cerca de oito policiais o surpreenderam nesta sexta-feira (26/06), por volta das 1oh.

O jornalista estava acompanhado do amigo Hugo Alves dos Santos quando foram cumpridos mandados de prisão temporária – por um período de cinco dias – e de busca e apreensão. Ao Metrópoles, Santos detalhou como foi a ação da PF.

“Saímos de Brasília, onde Oswaldo mora há pouco mais de um ano, e seguimos para Ponta Porã (MS) para visitar os tios dele. Era algo que estava programado. Em seguida, iríamos para São Paulo ajudar o Jurandir e o Bronze”, disse.

Antônio Carlos Bronze e Jurandir Alencar são os militares da reserva que foram presos por desobediência, descumprimento de medida sanitária preventiva e incitação ao crime, após manifestação em frente à casa do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Jurandir e Bronze viraram réus por ameaça, difamação, injúria e perturbação do sossego.

“Ele já sabia que poderia ser preso e estava tranquilo. Estava fazendo o trabalho jornalístico que faz há anos. A polícia chegou às 10h no hotel e nos apresentou os mandados expedidos pelo STF. Os agentes estavam uniformizados, eram cerca de oito pessoas. Pegaram, inclusive, o meu celular, mesmo não tendo o meu nome nos autos”, detalhou o também jornalista.

“Na dúvida, um dos agentes ligou para possível coordenador da operação, que autorizou a apreensão de qualquer coisa ligada ao Oswaldo, incluindo meu aparelho celular”, completou.

 

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Perigo de fuga

A polícia acredita que havia o risco de o jornalista fugir. Ele estava sendo monitorado pelos investigadores. Eustáquio é muito próximo da ativista de extrema-direita Sara Winter.

O jornalista apareceu em uma live com o ex-deputado condenado no Mensalão Roberto Jefferson, quando o político defendeu que haveria uma tentativa de golpe contra Jair Bolsonaro (sem partido). A conversa, ao vivo, foi retransmitida pelas redes sociais do presidente.

A esposa de Eustáquio trabalha no governo Bolsonaro. Em sua rede social, o jornalista disse, há uma hora, que possui um “núcleo de jornalismo investigativo”.

O referido núcleo estaria no Paraguai, onde descobriu que o “comércio aberto” e o “combate à desinformação da mídia” seriam a causa de poucas mortes por coronavírus no país vizinho. O Paraguai, diferentemente do Brasil, adotou uma postura rígida de isolamento social contra a doença.

 

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O segredo é o combate á desinformação da mídia, comércio aberto, ao menos na cidade de Pedro Juan Caballero, onde estou e claro, sopa paraguaia.

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