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Treinador de Muay Thai é indiciado por assediar alunas adolescentes

Entre as vítimas de Edson Souza, está a campeã mundial Fernanda Santos Ávila Rigueiro Barbosa; a defesa do professor nega as acusações

atualizado

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Reprodução / Redes Sociais
Treinador Edson Souza levava as adolescentes de roupas íntimas para pesagem em uma sala vazia da academia
1 de 1 Treinador Edson Souza levava as adolescentes de roupas íntimas para pesagem em uma sala vazia da academia - Foto: Reprodução / Redes Sociais

Rio de Janeiro – A Polícia Civil do Rio indiciou o professor de Muay Thai Edson Souza pelos crimes de importunação e assédio sexual praticado contra quatro alunas entre os anos de 2015 e 2018. A defesa de Edson nega as acusações e diz que recebeu “com surpresa e indignação a notícia do indiciamento”.

De acordo com  O Globo, as investigações apontaram que Edson assediava as alunas, na época adolescentes, em uma sala onde pedia a elas que ficassem com roupas íntimas para pesagem durante o acompanhamento dos treinos na academia Art Fighters, da qual é fundador, na Lapa, região central do Rio.

Os agentes da 5ª DP (Mem de Sá) contam que Edson tocava as jovens de forma libidinosa durante sessões de massagens, esfregava o pênis nos corpos das meninas e dizia ter sonhos eróticos com elas, além de fazer propostas sexuais que incluíam pedidos de fotos das meninas nuas.

O delegado, Bruno Gilabert, titular da unidade, relata no indiciamento que Edson “prevalecia-se da ascendência que mantinha sobre as atletas para buscar a satisfação de sua libido, constrangendo-as ou importunando-as”. “Esse caso chegou à delegacia por meio de comunicação de uma das vítimas, que era adolescente à época em que os supostos crimes aconteceram. Essa vítima completou 18 anos e, a partir da maior idade, ela teve a maturidade necessária para entender essa situação e reconhecê-la como um caso de abuso sexual”, disse o delegado.

Vítimas eram adolescentes

A vítima que procurou a delegacia é a campeã mundial de Muay Thai, Fernanda Santos Ávila Rigueiro Barbosa, atualmente com 18 anos. A atleta teve Edson como treinador dos 12 aos 15 anos, período em que passava mais de oito horas por dias na academia. À polícia, ela contou que em outubro de 2018 durante a quarta sessão de massagem, o professor se aproximou de sua genitália, nádegas e lateral dos seios e evidenciando seu pênis ereto.

Fernanda diz que chegou a chorar e o professor, então, teria “atenuado o comportamento”, afirmando que queria apenas testar a vítima, pois outra pessoa poderia tentar fazer o mesmo com ela.

No entanto, Edson também apresentou o mesmo comportamento com Yasmin Veiga da Cunha, que frequentou a academia entre 2015 e 2017, período em que tinha entre 16 e 17 anos. Ela disse que, ao fazer agachamentos, Edson se aproveitava para encostar em suas nádegas, para que ela sentisse seu pênis excitado. Yasmim afirmou à polícia que não denunciou por ter se sentido ameaçada por seu mestre.

Outra vítima identificada pela polícia foi Clara Aguiar, que ingressou na academia aos 17 anos, em 2015. Ela contou que Edson lhe enviou mensagens pelo WhatsApp pedindo fotos em que estivesse nua, afirmando que se masturbava pensando nela. “Minha esperança é fazer com que ele pague não só pelo o que fez comigo, mas também com outras vítimas”, disse Clara.

Os crimes de importunação sexual tem pena de um a cinco anos de reclusão — que pode ter o agravante de Edson ter tido autoridade sobre as vítimas. Já o delito de assédio sexual prevê pena de um a dois anos de detenção. O inquérito será levado ao Ministério Público, que irá decidir se oferece denúncia contra o treinador.

Leia a íntegra da defesa do professor:

“A defesa e a comunidade das artes marciais recebem com surpresa e indignação a notícia do indiciamento do Sr. Edson de Souza pela suposta prática de delitos contra a dignidade sexual de algumas de suas ex-alunas.

As comunicações dos supostos delitos ocorreram mais de 03 (três) anos após os alegados episódios. Uma das supostas vítimas participava normalmente dos treinos até maio de 2021. Não veio aos autos nenhum print das alegadas conversas inapropriadas. A única testemunha indicada pelas vítimas, ao ser intimado, negou ter presenciado qualquer comentário ou comportamento suspeito. A expectativa é de que o Ministério Público arquive o caso por falta de provas.

No entanto, se os fatos forem levados à Justiça, muitos outro(a)s aluno(a)s e professores que conviviam no mesmo ambiente de treinamento poderão testemunhar acerca do comportamento irrepreensível do professor. Aliás, são mais de 20 (vinte) anos consagrados ao esporte, vale dizer, muitos deles, como formador de atletas para competições de nível internacional, sem que, nunca, jamais, em tempo algum tivesse seu nome ventilado como alguém que abusava da sua posição.

Muito pelo contrário. O mestre Edson sempre se destacou na formação de crianças e jovens na comunidade onde mora tendo, por exemplo, a iniciativa de aparelhar um centro de treinamento popular para crianças de 6 (seis) a 12 (doze) anos.

Por orientação da defesa técnica, o Sr. Edson de Souza está afastado das atividades como professor de adolescentes até o esclarecimento dos fatos.

Por fim, a Defesa reitera que respeita as instituições e que o Sr. Edson de Souza sempre estará à disposição das Autoridades para prestar qualquer esclarecimento”.

 

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