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Rio ganha BioParque, sem jaulas para seus 1,1 mil habitantes

Novas instalações contam com animais de 140 espécies, e serão dedicadas à pesquisa. O Metrópoles acompanhou o primeiro dia de visitas

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Aline Massuca/Metrópoles
Metrópoles acompanhou o primeiro dia de visitação ao BioParque do Rio
1 de 1 Metrópoles acompanhou o primeiro dia de visitação ao BioParque do Rio - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – A notícia de que o novo BioParque do Rio de Janeiro seria aberto ao público no dia 22 de março deixou a família da enfermeira Marcelle Valente ansiosa para conhecer o espaço, que hoje funciona sem grades e jaulas. O antigo RioZoo oferece aos mais de mil habitantes de 140 diferentes espécies recintos projetados em sintonia com as melhores práticas mundiais de bem-estar animal e conservação ambiental.

“Assim que abriu a venda de ingressos nós compramos e viemos logo no primeiro dia. Estávamos ansiosos, e gostamos muito do que vimos aqui. Foi muito divertido, e o espaço está lindo e bem cuidado”, diz Marcelle, que fez a visita com o marido, Lucas, e a filha do casal, Valentina.

Localizado no coração da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte do Rio, área de grande valor histórico e cultural para o país, o BioParque do Rio vai reverter parte do valor da venda de seu programa de sócio anual para pesquisas sobre as espécies e os ecossistemas que hoje se encontram ameaçados.

Mais de 20 projetos estão mapeados e serão realizados em parceria com as principais universidades e institutos de pesquisa do país.

“A proposta é que o BioParque do Rio trabalhe com espécies associadas a programas de pesquisa para a conservação. Esta mudança será gradativa, uma vez que ainda temos animais – muitos deles em idade avançada – oriundos do tráfico, de Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e de resgates diversos, que continuarão no parque recebendo todo suporte”, explica o diretor de operações do parque, Manoel Browne.

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Ainda segundo Browne, o objetivo com a mudança de estrutura e de conceito é que o parque passe a contar com espécies que atendam a um propósito, seja de pesquisa sobre o comportamento, mapeamento genético ou mesmo reprodução para a participação de projetos de refaunação (reinserção de animais à natureza).

Com o fim das jaulas, a ideia do novo BioParque é reconectar o público com a natureza. Com esse objetivo, os ambientes passaram por uma reformulação completa para garantir condições de bem-estar aos animais em recintos adequados a cada indivíduo, gerando ainda a integração de espécies, juntando, portanto, aqueles animais que antes viviam isolados ou em pequenos grupos.

O visitante irá perceber essa mudança com a instalação das barreiras naturais em muitos desses espaços; em outros, onde é imperativo, foram usadas barreiras físicas, tudo pensado para que a interação entre habitantes e visitantes aconteça em total segurança. “Estamos impressionados com a limpeza, com as orientações dos funcionários, disponíveis em todos os espaços para nos guiar e responder sobre os animais. Enfim, é um belo passeio”, garante Marcelle.

O circuito do BioParque

O circuito começa pelo espaço de imersão tropical, onde há mais de 40 espécies, como tucano-do-bico-preto, araras-azuis-grandes, araras-canindé, araras-vermelhas e papagaios. Os guarás-vermelhos, seriemas e mutuns-do-sudeste são atrações à parte nessa área de quase dois mil metros quadrados, que também abriga cutias, ouriços terrestres e bicho-preguiça.

O ponto alto neste viveiro é a revoada das aves, especialmente, das araras, que reaprenderam a voar com o fortalecimento de suas asas, antes atrofiadas por viverem em gaiolas. A ideia é que o visitante tenha a sensação de estar dentro de uma floresta.

Em seguida, o público chega à Vila dos Répteis, ambiente aberto e cercado por painéis transparentes, onde jacarés-de-papo-amarelo convivem em harmonia com tartarugas-amazônicas e cágados. O espaço também abriga cobras píton, numa área que reproduz, de forma próxima, seu habitat natural. Outro ambiente sintonizado com os habitats originais é o Reis da Selva, onde o leão Simba e o tigre William poderão ser admirados.

Ao lado dos répteis, fica o Jardim de Burle Marx, projetado pelo famoso paisagista brasileiro e que foi totalmente revitalizado para ser o lar de flamingos, que passeiam pelas curvas do projeto. Outra estrela do parque é a elefanta Koala, que conta com 7 mil metros quadrados, área 10 vezes maior do que o onde vivia anteriormente. Nele, o público poderá ver de perto o nado da elefanta por meio de um grande painel de acrílico.

Atração muito aguardada é o espaço dos polinizadores, uma redoma de tela onde os visitantes poderão entrar e ter contato com pequenos insetos polinizadores e borboletas, que vivem no espaço cercado de vegetação e flores, e que futuramente deverá receber pequenos répteis e anfíbios.

O parque também conta com um anfiteatro, área para eventos, e uma fazendinha, que tem papel educativo – é nela que as crianças poderão conhecer a origem dos alimentos, como leite e ovos, e ter contato com os alguns animais, entre eles, a minivaca Vitória, pôneis e cabras.

Há ainda a área dos carnívoros, onde estão a onça-parda, o gato-do-mato, a jaguatirica e a onça-negra Poty, recém chegada do Refúgio Biológico Bela Vista, em Itaipu. Perto dali, está a Ilha dos Primatas, ambiente onde vivem cinco espécies de pequenos primatas, entre eles o macaco-aranha-da-testa-branca, o cuxiú, o parauacu, o sagui e o bugio. Estes animais estão próximos aos visitantes, que poderão observá-los transitando por uma ponte suspensa. No rio que circunda o espaço, estão lagos habitados por peixes amazônicos.

Símbolo da biodiversidade brasileira, no BioParque do Rio, a onça-pintada faz parte de um importante e inédito estudo genético para a conservação da espécie. Ainda há áreas como o Cerrado, que abriga a ema, o tamanduá-bandeira, capivaras, catetos e as antas; o espaço dos lobos-guarás e as irmãs orangotango, que contam com recintos maiores, onde podem se exercitar; e a Savana Africana, encerrando o passeio.

Com mais de 13 mil metros quadrados, o espaço é cortado por um rio de 250 metros de extensão e conta com uma passarela suspensa, que possibilita observar o casal de hipopótamos Bocão e Tim, que agora vivem juntos. Até o fim do ano, a Savana vai receber ainda, até o fim do ano, animais como zebras, impalas, girafas, grous e avestruzes.

Fãs do BioParque do Rio podem aderir ao programa de sócio anual, garantindo acesso ilimitado ao parque pelo período de um ano, pagando um valor único de R$ 80. O titular pode incluir até sete dependentes a R$ 60, cada, com possibilidade de parcelamento em até 12 vezes.

Quem aderir ao sócio anual ainda ajuda a financiar o programa de pesquisa e conservação de espécies ameaçadas mantido pelo BioParque. O programa também dá direito a um horário antecipado ao circuito, catraca express, descontos em loja, lanchonetes e restaurantes e acesso exclusivo a atividades educativas.

O BioParque do Rio estará fechado nesse feriado de 10 dias, entre 26 de março e 4 de abril, e retorna com a visitação no dia 5 de abril, seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19.

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