Os detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, cidade vizinha a Natal, estão rebelados desde a tarde deste sábado (14/1). Maior penitenciária do Rio Grande do Norte, Alcaçuz tem cerca de 1.150 presos em um espaço com capacidade total para 620. Segundo a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte Vilma Batista, por volta das 20h50, havia registro de pelo menos 10 mortes durante a rebelião.
Em Alcaçuz, segundo fonte ouvida pelo Estado, os pavilhões 1,2,3 e 4 são dominados pelo Sindicato do Crime RN e o 5 encontra-se com presos com algum tipo de ligação o PCC.
Mortes
O juiz de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar Vilar dos Santos, disse que gravações dos presos já mostram “várias cabeças decapitadas espalhadas no pátio” do presídio. “Relatos de agentes e policiais falam que eles já destruíram o bloqueador de celular e estão controlando todos os pavilhões.”
Para Santos, a situação era “previsível”. “Desde março de 2015 que há pavilhões com celas sem grades. Então, dentro os presos já comandavam. O Estado controlava só os muros”, disse. “Alcaçuz é semi-destruído e agora eles devem terminar de destruir. Sempre houve notícia de que eles tinham armas lá dentro. Não é de hoje”, acrescentou.
Segundo ele, o presídio Rogério Coutinho Madruga, inaugurado em 2011 no mesmo terreno de Alcaçuz, era onde estavam mantidos presos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto o pavilhão 4 da unidade vizinha é reduto do Sindicato RN, facção ligada ao Comando Vermelho.