Quem são os bolsonaristas que Moraes mandou prender no ES
Bolsonaristas que defendem intervenção militar e questionam resultado das eleições são alvo de operação
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou quatro prisões e 23 mandados de busca e apreensão no Espírito Santo, nesta quinta-feira (15/12), por suspeita de financiar atos considerados antidemocráticos, que questionam o resultado das eleições e defendem uma intervenção militar no país. A PF deflagrou a operação para tentar prender os acusados
Os quatro mandados de prisão expedidos no estado capixaba foram contra o vereador de Vitória (ES) Armandinho Fountoura (Pode), o pastor Fabiano Oliveira, o empresário Max Pitangui e o jornalista Jackson Rangel. Até este sábado (17/12), Oliveira e Pitangui não haviam sido presos.
foto-Armandinho-Fountoura-preso-por-alexandre-de-moraes-atos-antidemocraticos-atos-brasilia-15122022
Vereador de Vitória (ES) Armandinho Fountoura (Pode) Reprodução/Instagram
foto-Jackson-rangel-preso-por-alexandre-de-moraes-atos-antidemocraticos-atos-brasilia-15122022
Jornalista Jackson Rangel Reprodução/Instagram
foto-max-pintangui-preso-por-alexandre-de-moraes-atos-antidemocraticos-atos-brasilia-15122022
Empresário Max Pitangui Reprodução/TSE
foto-fabiano-oliveira-preso-por-alexandre-de-moraes-atos-antidemocraticos-atos-brasilia-15122022
Pastor Fabiano Oliveira Reprodução/Youtube
As suspeitas são de crimes contra a honra (artigos 138, 139 e 140), além de incitação ao crime (art. 286) e de tentativa de golpe de Estado (artigo 359-M), todos previstos no Código Penal.
Em todo o país, são mais de 100 mandados de busca e apreensão e outras determinações. Além do Espírito Santo (23), houve cumprimento de mandados no Distrito Federal (1), Acre (9), Amazonas (2), em Mato Grosso (20), Mato Grosso do Sul (17), no Paraná (16), em Rondônia (1) e Santa Catarina (15). Também houve bloqueio de contas de empresários.
Religioso
O pastor Fabiano Oliveira faz parte do movimento Soberanos da Pátria, que começou liderando manifestações contra o voto impresso em agosto de 2020.
Na manhã desta quinta, o pastor Fabiano fez um vídeo de dentro do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, em Vila Velha (ES), dizendo que tinham ido até a casa dele para prendê-lo. Apoiadores de atos pró-golpe estão acampados nesse local.
“Não vamos dar um só pé atrás até que o comunismo caia no país. A minha prisão é incentivo para que vocês venham até a porta do quartel e continuem essa luta!”, afirmou na gravação.
Em 23 de novembro, o religioso prestou depoimento no Ministério Público do Espírito Santo devido à sua participação nos atos que pedem intervenção militar. Na ocasião, ele alegou que estava sendo perseguido por defender a Bíblia e a Constituição. Também em novembro, Fabiano visitou o QG do Exército em Brasília e publicou um vídeo no YouTube.
Nos vídeos de novembro e dessa quinta, o pastor usa em seu pronunciamento o slogan da campanha do candidato Jair Bolsonaro (PL): “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Vereador, jornalista e empresário
Vereador de Vitória, Armandinho Fontoura tem 31 anos e foi eleito para ser presidente da Câmara dos Vereadores da capital do Espírito Santo a partir de 2023.
Ele foi uma das lideranças do movimento Vem Pra Rua no Espírito Santo durante as manifestações pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Já o jornalista Jackson Rangel é criador do site Folha ES e se define como um “defensor incondicional da liberdade de expressão”.
Em sua conta no Twitter, ele criticou a prisão do indígena Tserere, que foi o estopim para atos violentos que ocorreram em Brasília na última segunda-feira (12/12).
Max Pitangui é dono de uma empresa de publicidade e foi candidato a deputado estadual pelo Espírito Santo nas eleições pelo PTB.
Por e-mail e telefone, a reportagem tentou contato com a defesa dos suspeitos presos.
