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População totalmente vacinada varia de 15,6% a 54,5% nas unidades federativas

Mato Grosso do Sul e São Paulo apresentam o melhor cenário; Roraima e Amapá, os piores. Médico alerta para os riscos da discrepância

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 vacinacao brasilia - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A imunização completa, segura e eficaz contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, é obtida com duas doses de vacina ou com o imunizante de aplicação única. A desigualdade entre índices estaduais e o averiguado no Distrito Federal, contudo, tem preocupado especialistas.

Ao todo, no país, 84,4 milhões de pessoas estão completamente protegidas contra a Covid-19, ou seja, receberam as duas doses ou a aplicação única da Janssen. O índice já bate os 40%. Quando são analisados os dados por unidade federativa, entretanto, constata-se a discrepância entre os indicadores de cada local: no país, a população totalmente vacinada varia de 15,4% a 53,9%

Em algumas unidades da Federação – como Roraima (15,6%), Amapá (21,5%), Acre (28,9%), Tocantins (29,4%) e Rondônia (29,9%), onde nem sequer um terço dos habitantes completou a vacinação –, o processo está preocupantemente mais lento.

No Distrito Federal e em 21 estados, os índices de vacinação completa estão menores que a média nacional. O melhor panorama está em cinco UFs: Paraná (40,8%), Espírito Santo (41,7%), Rio Grande do Sul (44,6%), São Paulo (52,7%) e Mato Grosso do Sul (54,5%).

Os dados foram analisados pelo Metrópoles, com base em informações divulgadas pelas secretarias estaduais de Saúde e pela plataforma LocalizaSUS, canal de transparência do Ministério da Saúde, e levam em consideração informações até a última sexta-feira (24/9).

Ao todo, 1.466 cidades informaram à Confederação Nacional de Municípios (CNM) que já aplicam a dose de reforço (depois das aplicações iniciais, ou da dose única da Janssen), inicialmente orientada pelo Ministério da Saúde para idosos a partir de 70 anos. Dos que não iniciaram, 808 municípios sustentam estar com a estratégia organizada e prestes a partir para a nova fase.

Desde o início da campanha, o governo federal já distribuiu 287,9 milhões de doses de vacinas. Durante a pandemia, a doença infectou pouco mais de 21,3 milhões de pessoas, e 600 mil morreram em decorrência da Covid-19.

A comunidade médico-científica alerta que somente a aplicação das duas doses ou a administração da vacina única protege as pessoas contra o novo coronavírus.

Nenhum imunizante é 100% eficaz, mas eles diminuem vertiginosamente os riscos de morte, casos graves e hospitalizações.

Prejuízos

O médico Estevão Urbano da Silva, um dos coordenadores da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), aponta que a diferença no nível de vacinação pode prejudicar a imunidade de rebanho, ou seja, quando a proteção coletiva consegue frear o avanço da doença.

“Pode estar havendo restrição de doses, já que a quantidade é distribuída pelo Ministério da Saúde de forma proporcional”, inicia.

Mas o especialista também acredita que o comportamento da população  influencia na procura. “Pode acontecer uma baixa adesão da população por desconhecimento, falta de mobilização do poder público ou por uma logística inadequada”, frisa.

Com a campanha em desequilíbrio, vencer a pandemia fica mais difícil. “Prejudica localmente a imunidade de rebanho e, nacionalmente, ao manter uma taxa de contágio acima do ideal”, completa.

Versão oficial
Metrópoles questionou o Ministério da Saúde sobre o porquê da diferença na imunização entre os estados e como isso impacta no controle da pandemia. A pasta não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

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