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Weintraub presta depoimento à PF sobre “prisão de vagabundos”

Ministro da Educação foi intimado a se explicar depois de defender que ministros do STF fossem presos

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Abraham Weintraub
1 de 1 Abraham Weintraub - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, prestou depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (29/05), por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Sempre loquaz nas redes sociais, à PF preferiu, no entanto, ficar em silêncio. A oitiva foi realizada no prédio do Ministério da Educação.

Weintraub foi intimado depois da divulgação, por ordem do ministro Celso de Mello, do vídeo da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros em 22 de abril. Nas imagens, o titular da Educação pôde ser visto declarando:

“Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca. Era só isso presidente, eu… eu… realmente acho que toda essa discussão de ‘vamos fazer isso’, ‘vamos fazer aquilo’, ouvi muitos ministros que vi… chegaram, foram embora. Eu percebo que tem muita gente com agenda própria. Eu percebo que tem, assim, tem o jogo que é jogado aqui, mas eu não vim pra jogar o jogo. Eu vim aqui pra lutar.”

A ordem para que Weintraub prestasse depoimento foi do ministro do STF Alexandre de Moraes. No fim da tarde de terça-feira (26/05), Moraes deu cinco dias para que ele se explicasse, dentro do Inquérito 4781, o chamado inquérito das fake news – que apura notícias fraudulentas e ameaças contra os ministros do STF.

Na decisão, Moraes foi duro: “A manifestação do ministro da Educação revela-se gravíssima, pois não só atinge a honorabilidade e constituiu ameaça ilegal à segurança dos ministros do Supremo Tribunal Federal, como também reveste-se de claro intuito de lesar a independência do Poder Judiciário e a manutenção do Estado de Direito”.

Após as investidas do Supremo contra Weintraub, o atual ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, André Mendonça, ingressou na Corte com um pedido de habeas corpus em favor do ministro da Educação. O depoimento, porém, foi tomado antes que o ministro Edson Fachin, relator do caso, decidisse sobre o processo.

 

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