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“Se eu for presidente, não terá garimpo em terras indígenas”, diz Lula

Urgência de projeto que regulamenta mineração em terras indígenas foi aprovada na quarta-feira (9/3) pela Câmara dos Deputados

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Fábio Vieira/Metrópoles
O ex-presidente Lula com um microfone na mão fala ao público. Na foto ele usa camisa social branca e ao fundo, desfocadas, aparecem outras pessoas - Metrópoles
1 de 1 O ex-presidente Lula com um microfone na mão fala ao público. Na foto ele usa camisa social branca e ao fundo, desfocadas, aparecem outras pessoas - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (10/3), que, se voltar à cadeira presidencial, não haverá garimpo em terras indígenas.

“Os índios não são intrusos, eles estavam aqui antes dos portugueses chegarem. Eles tem direito a vida digna e cuidarmos da Amazônia é mais importante que garimparem um pouco de ouro”, escreveu Lula no Twitter.

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Na noite de quarta-feira (9/3), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o requerimento para tramitação em regime de urgência do Projeto de Lei nº 191/2020, que autoriza a mineração em terras indígenas.

O projeto foi apresentado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2020 e voltou a ser colocado como prioridade em meio aos conflitos no leste europeu. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), colheu as assinaturas necessárias para pedir agilidade na tramitação da matéria.

A aprovação da urgência do projeto ocorreu no mesmo dia em que manifestantes se reuniram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para protestar contra medidas legislativas que afrouxam as regras de proteção ambiental. Chamado pelos ativistas de “pacote da destruição”, o conjunto de projetos de lei alvo dos protestos inclui o PL nº 191/2020.

Autointitulado Ato em Defesa da Terra, o protesto reuniu 42 artistas contrários às proposições legislativas que tramitam no Congresso Nacional. Filiados e representantes de 230 organizações civis e movimentos sociais também estiveram presentes na manifestação, que tomou o gramado em frente à Praça da Bandeira, na área central da capital federal.

Votação apenas em abril

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), comprometeu-se, em acordo com líderes da base governista e de oposição, a pautar a matéria para votação apenas na segunda semana de abril.

“Vamos autorizar a formação de um grupo de trabalho com, em tese, 20 deputados com prazo acertado entre os líderes de 30 dias para que o projeto venha ao Plenário na primeira quinzena de abril”, disse o deputado, sinalizando que o grupo de trabalho será formado por 13 deputados da maioria e sete da minoria.

Lira negou, porém, que tenha compromisso com o mérito do PL nº 191/20. “Esta presidência não tem compromisso com o que está escrito no PL”, enfatizou.

O projeto em questão prevê o estabelecimento de condições para a realização da lavra de recursos minerais e hidrocarbonetos, aproveitamento de recursos hídricos em terras indígenas e institui a indenização pela restrição do usufruto de terras indígenas.

A matéria é tida pelo Executivo federal como alternativa para um eventual desabastecimento nacional de cloreto de potássio, que é usado na produção de fertilizantes usados pelo agronegócio.

O risco decorre da interrupção no fornecimento pelo principal parceiro do Brasil na venda do produto, a Rússia, e por Belarus. Os russos anunciaram, recentemente, que suspenderiam a exportação dos fertilizantes em razão das sanções econômicas que têm sofrido de outras nações.

Para o governo, a medida legislativa, se aprovada, ampliará a independência do Brasil do mercado exterior, reduzindo a necessidade de importação de defensivos agrícolas.

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